Estadão

Petróleo fecha em queda, com AIE, alta nos estoques e pressão em petroleiras

O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira, 15. Os contratos futuros caíram durante toda a manhã, enquanto o mercado digeria o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), a alta nos estoques dos Estados Unidos e a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionou petroleiras. Depois, o óleo acelerou as perdas após a decisão do Federal Reserve (Fed) de elevar os Fed funds em 75 pontos-base dar força momentânea ao dólar, que, por sua vez, pressionou ainda mais commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho recuou 3,04% (US$ 3,62), a US$ 115,31, enquanto o do Brent para o mês seguinte caiu 2,19% (US$ 2,66) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 118,51.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed decidiu elevar a taxa dos Fed Funds em 75 pontos-base, para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. É a maior elevação desde 1994. O CIBC prevê um novo aumento de 75 pontos-base na reunião de julho. A decisão fez com que o dólar avançasse e pressionasse o petróleo, que já vinha em queda. Pela manhã, os contratos caíram, com investidores digerindo o relatório da AIE, que prevê que a demanda global por petróleo deve avançar a níveis pré-pandemia só em 2023, após três anos de lockdowns pela covid-19 e o choque econômico da guerra na Ucrânia. Além disso, o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos informou que os estoques da commodity no país subiram 1,956 milhão na semana passada, quando a previsão era de queda.

Em foco também, Biden pressionou petroleiras a explicar o motivo de não terem colocado mais gasolina no mercado. O presidente escreveu a executivos da Marathon Petroleum, da Valero Energy Corp e da ExxonMobil e reclamou que as empresas haviam cortado seu refino de petróleo para impulsionar mais seus lucros, segundo cópia da carta obtida pela agência de notícias.

De acordo com o economista Craig Erlam, da Oanda,o rali do petróleo no último mês foi intenso e os temores econômicos que estamos vendo agora parecem ter tirado um pouco do calor dele. "Os riscos ainda permanecem inclinados para o lado positivo, com produtores aparentemente incapazes de acompanhar a demanda", destacou.

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