O petróleo recuou nesta terça-feira, 9,, depois do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, evitar dar pistas sobre novos passos da política monetária e impulsionar os ganhos do dólar contra moedas desenvolvidas. A força da moeda americana prejudica a atratividade da commodity no exterior, visto que o petróleo é negociado em dólares.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto fechou em baixa de 1,12% (ou US$ 0,92), a US$ 81,41 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro caiu 1,27% (ou US$ 1,09), a US$ 84,66 por barril.
Pela manhã, os preços do óleo já caíam, conforme se atenuavam as preocupações sobre uma possível interrupção na oferta causada pelo furacão Beryl, nos EUA. O Commerzbank destaca que o furacão não passou por regiões de plataformas de extração no Golfo do México onde seus impactos eram mais temidos, e o TD Securities afirma que os impactos do fenômeno natural foram bem menores do que o esperado, o que traz uma pressão de baixa para o mercado petrolífero.
Mais tarde, Powell voltou a endossar seu discurso recente de que há progresso na inflação americana, mas ainda insuficiente para começar o ciclo de flexibilização monetária na maior economia do mundo. Na visão da Capital Economics, o tom "neutro" do presidente do Fed não deu pistas sobre cortes de juros, e também não condiz com as leituras de dados recentes que apontam para a desaceleração da inflação no país.
O analista de Mercados do City Index David Scutt diz que o mercado esperavas sinais mais "dovish" no discurso de Powell hoje. Além disso, ele destaca que as expectativas de que uma proposta de paz avance no Oriente Médio têm pressionado os preços do petróleo para baixo.