Os preços do petróleo fecharam em baixa, após o WTI ter superado US$ 95, na virada do dia, pela primeira vez desde agosto de 2022. A queda é atribuída essencialmente a um movimento de realização de lucros, uma vez que a commodity acumula alta em torno de 10% em setembro.
O contrato do WTI para novembro fechou em queda de 2,10% (-US$ 1,97), a US$ 91,71 o barril, após tocar US$ 95,03 na máxima intradiária. Ontem, o contrato deu um salto de 3,64%. O Brent para dezembro recuou 1,34%, (-US$ 1,26), a US$ 93,10 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na máxima, o contrato chegou a ser cotado a US$ 95,35.
Entre os dados do dia, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu menos do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre.
O ING ponderou que o aumento dos preços do petróleo constitui uma nova preocupação para os bancos centrais, uma vez que irá reduzir a tendência desinflacionária. Apesar de reconhecer que a recuperação do petróleo irá continuar e que o valor do barril deverá ultrapassar US$ 100 no curto prazo, o banco avalia que não será uma alta sustentável no longo prazo, "uma vez que a demanda mais fraca e a pressão política para aumentar a oferta deverão ajudar a trazer os preços do petróleo de volta a níveis ligeiramente acima dos US$ 90 o barril".
Já o BMO Capital avaliou que os preços mais elevados da gasolina serão caracterizados como um imposto sobre o consumo pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, nesta etapa do ciclo, sem quaisquer potenciais implicações de política monetária – pelo menos não imediatamente. "Se o petróleo a mais de US$ 100,00/barril se tornar a norma e não a exceção, o Fomc poderá adotar uma abordagem diferente em relação ao movimento dos preços de energia. Por enquanto, esperamos que o próximo discurso da Fed procure minimizar o aumento do petróleo e reforce a mensagem de alta por mais tempo que se tornou o mantra oficial", escreveram os analistas Ian Lyngen e Ben Jeffery.
Segundo a agência <i>Reuters</i>, a Rússia não discutiu com o grupo Opep+ um possível aumento na oferta de petróleo bruto para compensar a proibição de exportações de combustível do país, segundo informação do Kremlin. Ainda de acordo com a agência, o porta-voz Dmitry Peskov disse que a Rússia está aderindo aos acordos com a Opep+, que tem reduzido o fornecimento de petróleo para apoiar os preços nos mercados de energia.