A combinação entre queda dos preços internacionais de derivados do petróleo, menor consumo doméstico de diesel e gasolina e reajustes aplicados no final do ano passado contribuiu para que a área de Abastecimento da Petrobras registrasse o segundo lucro trimestral consecutivo. Após o número de R$ 6,181 bilhões do primeiro trimestre deste ano, a estatal reportou hoje um lucro de R$ 5,622 bilhões entre abril e junho.
No primeiro semestre, portanto, a área de Abastecimento acumulou lucro de R$ 11,803 bilhões, contra um prejuízo líquido de R$ 8,691 bilhões registrado nos seis primeiros meses de 2014.
De acordo com a estatal, o resultado positivo decorre dos menores custos com aquisição e transferência de petróleo, devido à redução das cotações internacionais da commodity e dos reajustes de 5% no diesel e 3% na gasolina aplicados em novembro passado. Além disso, explica a empresa, houve uma “menor participação de óleo importado na carga processada e de derivados importados no mix das vendas”.
O bom resultado da área de Abastecimento contrasta com os números mais fracos da área de Exploração e Produção (E&P), estes explicados pela queda do preço internacional do petróleo e pelo câmbio menos favorável às exportações. No segundo trimestre, o lucro da área somou R$ 5,527 bilhões, abaixo dos R$ 10,793 bilhões do mesmo período de 2014, mas acima dos R$ 3,148 bilhões do primeiro trimestre deste ano.
No semestre, o lucro somou R$ 8,675 bilhões, queda de 60% em relação a igual intervalo do ano passado. A variação negativa, explica a empresa, decorre, principalmente, “dos menores preços de venda/transferência de petróleo, refletindo o decréscimo das cotações internacionais da commodity (47%)”.
A queda do preço do petróleo foi compensada parcialmente pelo aumento da produção. Outro fator favorável aos números de 2015, quando comparados a 2014, foi o provisionamento dos gastos com o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), no ano passado.
Áreas de negócios
A área de Gás e Energia lucrou R$ 90 milhões no segundo trimestre deste ano, abaixo dos R$ 702 milhões do segundo trimestre do ano passado e dos R$ 1,035 bilhão dos três primeiros meses deste ano. No semestre, o lucro encolheu 8% sobre 2014 e totalizou R$ 1,125 bilhão.
Na atividade de Distribuição, os dados desfavoráveis se repetiram. O lucro ficou em R$ 184 milhões, contra R$ 472 milhões acumulados entre abril e junho do ano passado e R$ 555 milhões do primeiro trimestre deste ano. No semestre, uma queda de 23% no lucro, para R$ 739 milhões.
Na área Internacional, por outro lado, os dados são positivos. O lucro de abril a junho somou R$ 816 milhões, acima dos R$ 393 milhões do ano passado e dos R$ 103 milhões dos três primeiros meses de 2015. No semestre, contudo, o lucro somou R$ 919 milhões, queda de 20% sobre o mesmo intervalo de 2014.
No segmento de Biocombustível, a Petrobras reportou prejuízo de R$ 304 milhões no segundo trimestre, em decorrência da decisão da Petrobras de excluir alguns projetos de sua carteira de investimentos no Plano de Negócios 2015-2019. No segundo trimestre do ano passado, a Petrobras havia acumulado prejuízo de R$ 66 milhões. Entre janeiro e março deste ano, o prejuízo havia totalizado R$ 49 milhões. Com isso, o prejuízo semestral alcançou R$ 353 milhões, duas vezes e meia o prejuízo de R$ 141 milhões da primeira metade do ano passado.
