A Petrobras confirmou neste domingo, 2, ser proprietária de um terreno ocupado por famílias vulneráveis com o apoio de sindicatos de petroleiros desde o sábado, 1º de maio, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em nota, a empresa disse estar tomando medidas para a reintegração do local.
"A Petrobras confirma que o terreno pertence à companhia e que está adotando as medidas cabíveis para reintegração da área", respondeu a petroleira, em nota.
Cerca de 300 pessoas ocuparam parte de um terreno da empresa com o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).
Em nota distribuída à imprensa, a FUP afirmou que mais 1.200 pessoas são esperadas no espaço durante esta semana, num movimento batizado de "Acampamento de Refugiados Primeiro de Maio".
A ocupação seria um protesto contra a falta de moradia, de comida e de vacina contra a covid-19, mas também contra a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras, de paridade com preços de importação.
"Por isso, o movimento escolheu o terreno ocioso da petroleira, que seria usado para instalar o Polo Petroquímico e a Zona de Processamento e Exportação de Itaguaí, o que nunca ocorreu", diz a nota da FUP.
O acampamento já tem barracas para abrigar as famílias e uma cozinha improvisada. O Sindipetro-NF tem fornecido água potável, máscaras faciais e álcool em gel para os manifestantes.
Os sindicalistas argumentam que o terreno pertence à Petrobras e, portanto, à União.
A mobilização teria como objetivo "chamar atenção da sociedade para a importância da Petrobras no desenvolvimento econômico e social do Brasil", diz Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF, em nota, acrescentando que a atual política de reajuste de combustíveis tem penalizado as famílias mais pobres, que já precisam substituir o gás de cozinha por lenha e álcool.