Economia

Petrobras faz nova proposta para tentar acabar com a greve, diz FUP

A Petrobras deu mais uma cartada para acabar definitivamente com a greve dos petroleiros e normalizar a produção de petróleo em suas plataformas, principalmente, na Bacia de Campos. A empresa apresentou nova proposta de acordo na terça-feira, 17, na qual se compromete a pagar o salário integral deste mês, mesmo dos dias não trabalhados, durante o período de greve, segundo afirma a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Em troca, pede o retorno imediato dos trabalhadores. Em janeiro, quer voltar a discutir se vai descontar ou não os salários por causa da greve.

Novas assembleias foram realizadas nesta quarta-feira, 18, nas três principais regiões onde os trabalhadores resistem em retomar o trabalho. Minas Gerais decidiu abandonar a greve. Mas o movimento continua na Bacia de Campos e no Espírito Santo. A FUP diz que os empregados dessas duas áreas de atuação da Petrobras vão se reunir novamente nos próximos dias para analisar a nova proposta da empresa.

A primeira proposta da Petrobras era de descontar metade das horas não trabalhadas. A principal entidade representante dos petroleiros – a FUP – aceitou a proposta, mas houve resistência dos trabalhadores. O acordo também prevê reajuste salarial de 9,53% e formação de um grupo de trabalho, do qual os sindicalistas também farão parte, para analisar o programa de venda de ativos da companhia.

O ataque ao plano de desinvestimento é o foco da pauta de reivindicação dos trabalhadores reunidos na FUP, que se satisfez com a formação de um grupo de trabalho para debater o assunto e indicou aos sindicatos filiados que reunissem os trabalhadores e transmitissem a mensagem de que a greve deveria ser paralisada.

Porém, nas assembleias dos sindicatos filiados à FUP com os trabalhadores, que vêm ocorrendo desde o último sábado, alguns grupos de grevistas demonstram resistência, sobretudo, ao desconto de metade dos dias não trabalhados, como propôs a Petrobras e acatou a FUP. Empregados de três regiões – Bacia de Campos, Espírito Santo e Minas Gerais – decidiram, então, continuar de braços cruzados, apesar da indicação da federação que os representa.

Com a continuidade do movimento na Bacia de Campos, maior produtora de petróleo nacional, a Petrobras deixa de contar com 100 mil barris de petróleo por dia, 5% da produção nacional. Por isso, se viu obrigada a retomar as negociações com os sindicalistas sobre o desconto salarial, e apresentou a nova proposta.

Grevistas

Por enquanto, os grevistas ligados à FUP que continuam o movimento aceitaram apenas deixar as plataformas nas mãos das equipes de contingência montadas pela Petrobras, sem impedir a operação das plataformas. A equipe de contingência é formada por funcionários que ocupam cargos de chefia, convocados pela empresa para suprir o trabalho que deixou de ser realizado pelos grevistas

“As direções sindicais regionais (sindicatos filiados) são autônomas. A FUP não pode interferir em suas decisões”, ressaltou o diretor de Comunicação da entidade, Francisco José de Oliveira.

Do total de 18 sindicatos de petroleiros existentes, 13 são filiados à FUP. Além de representar um grande número de empregados da Petrobras, a entidade sindical se fortalece pelo fato de ter no seu quadro lideranças sindicais da Bacia de Campos. Mas ela não é a única a representar os empregados da Petrobras. Há também a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que possui cinco sindicatos filiados. Na sua área de abrangência, estão unidades de menor importância para a Petrobras do que as plataformas. A FNP representa trabalhadores de terminais e centros de operação da estatal.

Também a pauta de reivindicação da FNP diverge da apresentada pela FUP. O principal foco é o reajuste salarial. A federação pede aumento de 18%, enquanto a Petrobras propõe reajuste de 9,53%. Sem chegar a um acordo sobre o porcentual, a FNP manteve a indicação de greve aos seus sindicatos. Hoje à noite vai se reunir novamente para avaliar os próximos passos da mobilização.

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