Economia

Petrobras inicia divulgação de venda da refinaria de Pasadena

Estopim da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a refinaria de Pasadena, instalada nos Estados Unidos, foi colocada à venda pela Petrobras nesta terça-feira, 6. Em comunicado ao mercado financeiro, a estatal informou ter iniciado a etapa de divulgação da oportunidade, com a publicação do teaser relativo ao ativo. A operação é conduzida pela afiliada da estatal Petrobras America Inc (PAI).

“A PAI contratou o banco Evercore para operacionalizar a venda das empresas PRSI, PRST e REAL junto a um seleto grupo de partes potencialmente interessadas”, informou a Petrobras no teaser. Além da refinaria, serão vendidos os ativos de comercialização de derivados e de infraestrutura logística.

Para participar da concorrência, o valor de mercado da empresa interessada, seu patrimônio líquido e a soma dos seus ativos ou de sua “empresa-mãe” devem ser iguais ou superiores a US$ 500 milhões. Além disso, a relação dívida líquida/Ebitda deve ser menor que 5 vezes, traz o teaser. Os interessados devem ainda já ter participado de negócios no setor e, no caso de comercializadoras de derivados, devem ter investido pelo menos uma vez no setor de petróleo e gás nos últimos 10 anos.

O prazo para demonstração de interesse vence em 23 de fevereiro. Depois disso, o processo de venda seguem os trâmites normalmente adotados pela estatal, até chegar à fase final de aprovação pelo conselho de administração e assinatura dos contratos. Fornecedores incluídos na lista negra da Petrobras, por terem sido citados na Operação Lava Jato, estão impedidos de participar do processo.

Entre os ativos colocados à venda estão a refinaria de 110 mil barris por dia e capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, o terminal marítimo, a logística e os estoques associados, “além de um terreno estrategicamente localizado no canal marítimo de acesso a Houston (Houston Ship Channel), para oportunidades de expansão futura”, informou a Petrobras.

A compra de Pasadena pela estatal chamou a atenção da PF, porque o valor pago inicialmente apenas pela metade do ativo, US$ 360 milhões, foi muito superior aos US$ 42,5 milhões que a belga Astra Oil tinha desembolsado pouco antes pela totalidade da mesma unidade. O ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em delação premiada, admitiu desvio de recurso no investimento.

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