A Petrobras estima que a produção somente na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, chegará a uma média diária de 1 milhão de barris de petróleo a partir de 2021. A meta foi apresentada nesta quinta-feira, 29, durante palestra da equipe responsável pela gestão e desenvolvimento do projeto, composta por executivos da Petrobras e empresas parceiras. A gerente executiva da área, Annelise Lara, afirmou que o desenvolvimento de Libra será um “benchmark” do setor.
Mais cedo, a executiva havia rebatido estimativas da consultoria IHS sobre a viabilidade de produção no pré-sal de Libra em função da queda de preços internacionais de petróleo. O consultor Atul Arya estimou em US$ 60 o barril o preço de equilíbrio para garantir a rentabilidade dos investimentos, sinalizando que a situação do Brasil nesse caso é “crítica” com os patamares atuais de óleo, na faixa de US$ 45 o barril.
“Somente 38% das reservas do polígono do pré-sal foi concedida. Temos razões para estar otimistas sobre o futuro da indústria no País”, afirmou Annelise Lara, em palestra nesta tarde, na sequência do painel apresentado pela consultoria. “Libra será considerada benchmark para as próximas gerações”, completou.
Segundo a executiva, a estatal tem experiência em lidar com baixos preços internacionais de petróleo. “Por longos períodos, por diferentes razões, o preço ficou abaixo de US$ 50. Seremos capazes de desenvolver projetos em águas profundas mesmo em cenário de baixas cotações”, afirmou Annelise, citando como exemplo a produção no campo de Marlim, na Bacia de Campos, desenvolvido entre 1995 e 2005, antes da alta de preços internacionais, que atingiu o patamar de US$ 100 até julho do último ano.
Annelise coordena a equipe de trabalho responsável pelo projeto de Libra, que reúne executivos e técnicos da estatal e da Shell, Total, CNOOC e CNPC, que integram o consórcio responsável pela área. A executiva reconheceu que o cenário atual é um “desafio”, mas reforçou que há “oportunidades” para mudanças na indústria, como a otimização de preços e padronização de processos. “Para alcançar resultados, precisamos ampliar parceria entre operadores, academia, fornecedores e indústria de modo a obter disciplina de projetos”, afirmou.
Durante a apresentação, o coordenador de projetos da Petrobras, Bruno Mocdzydlower, que também atua em Libra, estimou em 1 milhão de barris por dia a produção da área a partir de 2021. Nesse ano, está prevista a segunda etapa de desenvolvimento da área, com a produção comercial de petróleo com diversas plataformas.
Antes, em 2017, a companhia iniciará o Teste de Longa Duração (TLD) com uma unidade de produção com capacidade para produzir até 50 mil barris por dia. Dois anos depois, o cronograma prevê o início do projeto piloto, com uma unidade de produção de 150 mil barris por dia. A unidade está em fase de contratação, que deve ser finalizada até o final do ano.