A Petrobras vai aumentar a sua produção de diesel S10, seguindo a estratégia da companhia de lançar produtos de maior valor agregado e com menor impacto ao meio ambiente. Ao contrário da maioria das petroleiras, a estatal brasileira definiu como meta reduzir a emissão dos seus produtos para neutralizar carbono e não diversificar sua atividade com projetos de energia limpa.
"A expectativa é aumentar a produção de diesel S-10 em até 16.500 m3/dia com a implantação desses projetos adicionais", informou a Petrobras em nota. A participação do diesel S-10 da Petrobras no mercado em dezembro de 2020 foi de 54,9%. No quarto trimestre de 2020, as refinarias Replan, Refap, RPBC e Regap alcançaram recordes mensais de produção de diesel S-10.
A primeira obra de expansão será na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, para adequação da Unidade de Hidrotratamento (HDT) de diesel e QAV. "As intervenções irão aumentar a qualidade do diesel produzido nesta unidade, promovendo a redução do teor de enxofre (de 500 ppm para apenas 10 ppm), visando atender especificações do mercado local e internacional, além de requisitos ambientais", informou a Petrobras em nota.
O investimento é da ordem de R$ 140 milhões e ampliará a capacidade de produção de diesel S-10 na Reduc dos atuais 5.000 m3/dia para 9.500 m3/dia. A conclusão das obras prevista para o segundo semestre de 2023.
Nos próximos anos também estão previstas adequações para aumento da capacidade de produção de diesel S-10 em duas refinarias no estado de São Paulo: na Refinaria de Paulínea (Replan) e na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos.
De acordo com a estatal, o uso do diesel S-10 promove a melhoria do desempenho do combustível nos motores, com impactos positivos na redução de emissões de material particulado. Além da diferença no teor de enxofre, o diesel S-10 tem maior nível de cetano, índice que mede a qualidade de ignição, ou seja, quanto maior melhor.
"Estamos nos preparando para o novo mercado de refino que se formará no Brasil nos próximos anos e este projeto é de grande relevância para continuarmos competitivos, fornecendo derivados de alto valor agregado, operando de maneira sustentável e em sinergia com nossos ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas", explica a gerente-geral da Reduc, Alexandre Coelho.
O aumento na capacidade de produção de diesel S-10 acompanha a evolução dos motores de veículos pesados e utilitários movidos a diesel, responsáveis pela maior parte da circulação de mercadorias no território brasileiro. Atualmente, existem no Brasil dois tipos de diesel rodoviário: o Diesel S-10 e o Diesel S-500, sendo este último utilizado apenas por veículos fabricados até 2011.
O preço do diesel S10 nos postos de abastecimento custa cerca de 1,5% a mais do que o diesel comum, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).