A Petrobrás voltará a patrocinar o GP do Brasil de Fórmula 1 neste ano. Após ficar de fora da edição de 2016, a empresa estatal voltará a expor a sua marca na etapa a ser disputada no autódromo de Interlagos, nos dias 10, 11 e 12 deste mês, em São Paulo. O patrocinador master continuará a ser a Heineken, que tem acordo até 2018.
A estatal acertou contrato de um ano, renovável por mais um. O retorno da empresa foi confirmada ao Estado pelo promotor do GP brasileiro, Tamas Rohonyi. “A Petrobrás voltou”, disse o responsável pela corrida paulistana, ao comemorar o acerto. “É importante pelo prestígio que a empresa traz para o GP”.
O retorno da estatal, que já havia patrocinado o GP entre os anos de 2009 e 2015, vem em boa hora para as contas do evento. “Em termos totais de rendimento foi bom porque perdemos o apoio do Banco do Brasil neste ano. Assim, mantivemos o equilíbrio”, declarou Rohonyi.
Apesar do reforço no caixa, o GP segue com déficit. Neste ano, a etapa brasileira deve dar prejuízo de US$ 30 milhões, o equivalente a R$ 97 milhões. É cifra semelhante a do ano passado, quando em valores convertidos atingiu a marca negativa de R$ 98 milhões.
O promotor do GP, contudo, ressalta que operacionalmente a corrida fecha as contas. “Não perdemos dinheiro na operação do GP. Mas falta algo na faixa de US$ 30 milhões, que são despesas internacionais”, disse Rohonyi.
Estes custos são bancados pela Formula One Management (FOM), que passou a ser controlada pelo grupo Liberty Media em janeiro deste ano. “Normalmente, é o promotor da corrida que paga estes valores. Mas, como não temos esse dinheiro, a FOM assume essa despesa a contragosto. Eles não estão gostando disso, mas é um fato da vida”.
O prejuízo causa preocupação no promotor porque os novos proprietários da Fórmula 1 ainda não se manifestaram sobre as contas do GP brasileiro. Desde que assumiram a categoria, o grupo norte-americano teve pouco contato com os organizadores da prova disputada em São Paulo. “Ainda não conseguimos sentar com eles para saber qual é o plano deles”.
No ano passado, o então chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, ameaçou publicamente cortar o GP do calendário em razão dos últimos prejuízos. Ele chegou a se encontrar com o presidente Michel Temer, em Brasília, para avaliar possível ajuda do governo federal à etapa brasileira da principal categoria do automobilismo mundial. Mas não teve sucesso. Ecclestone acabou mantendo a etapa brasileira no calendário.
Sem o ex-chefão na atual Fórmula 1, Tamas Rohonyi quer aproveitar a corrida deste ano para se aproximar dos novos proprietários da categoria para conhecer as suas ideias e seus planos a longo prazo. Além da questão do prejuízo, o promotor pretende conversar com os norte-americano sobre o futuro do GP em São Paulo.
Por contrato, a corrida será disputada na capital paulista até 2020. Mas as negociações para renovar o vínculo já devem começar em 2018. O promotor do GP, contudo, ainda não sabe com quem negociará porque o Autódromo de Interlagos será privatizado. Pelos planos do prefeito João Doria, o circuito irá a leilão até abril do próximo ano.