No Rio, a situação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) não é nada confortável. Fragilizado pela crise financeira do Estado e com o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por abuso de poder econômico – processo em fase de recurso -, Pezão tem influência direta sobre menos de dez dos 70 parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado.
Pezão deve ao presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), as vitórias do governo na Casa, como a autorização para privatizar a Companhia de Águas e Esgoto (Cedae) por 41 votos a 28, contrapartida exigida pelo governo federal para socorrer o Rio.
O governador também enfrenta pedido de impeachment apresentado pelo PSOL, além da doença do principal aliado. “A gente vai ter que saber do Picciani como ele vai reagir (ao tratamento de quimioterapia). Se ele presidir pelo menos as sessões mais importantes para o governo, como pretende, acho que a gente consegue tocar bem”, diz o deputado Paulo Melo (PMDB).
Considerado por muitos como o “governador de fato”, Picciani também tem tido problemas com a Justiça – foi conduzido coercitivamente na Operação Quinto do Ouro, que apura pagamento de propina a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira, 3, se mantém a blindagem que impede que governadores se tornem réus em ações penais sem autorização prévia dos deputados das Assembleias Legislativas de cada Estado. A retomada do julgamento do caso envolvendo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), deve abrir precedente para os outros mandatários regionais – entre eles, Pezão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.