O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse nesta quinta-feira, 5, não ter recebido nenhuma informação ou aviso, oficial ou extra oficial, sobre a possível inclusão de seu nome na lista que será enviada pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com pedidos de investigação de políticos, na nova etapa da investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
O governador comentou o vazamento de seu nome com alguns aliados e disse que nunca sequer esteve a sós com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que revelou detalhes da rede de corrupção, em delação premiada.
Pezão reiterou que teve uma série de reuniões com Costa, quando era vice-governador e coordenador de Infraestrutura do governo, mas que os temas sempre foram referentes a investimentos da Petrobras no Estado, como o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Em entrevista hoje, o governador repetiu o que havia dito na véspera.
“Tenho muita tranquilidade. Estou aberto a ir a qualquer local para prestar esclarecimento. Me estranha muito surgir meu nome nesses noticiários. Tenho muita curiosidade de saber como surgiu meu nome. Eu nunca fui informado nem fiquei sabendo de nada”, disse.
Em nota distribuída no fim da tarde, a assessoria do governador reiterou que Pezão desconhece “qualquer citação envolvendo o seu nome”. “O aprofundamento das investigações é importante para o País”, disse o governador na nota.
Segundo amigos, Pezão não constituiu advogado para cuidar previamente do caso e espera a confirmação oficial dos nomes dos políticos que serão investigados. Alguns secretários de Estado conversaram com o governador sobre o assunto. Entre as pessoas de confiança de Pezão está o chefe da Casa Civil, o advogado Leonardo Espíndola, que foi subprocurador-geral do Estado entre 2010 e 2013.
Até o ano passado, o enteado Roberto Horta Jardim Salles era o advogado de Pezão. No início deste ano, Roberto foi nomeado subprefeito da zona norte pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) e deixou as atividades de advocacia. Na campanha, Pezão foi cobrado pelo fato de o enteado ter advogado, entre 2009 e 2011, na área trabalhista, para empresas que tinham contratos com o Estado, como a Delta Construções e a JRO Pavimentação. Pezão disse que Roberto era profissional liberal com carreira própria, da qual se orgulhava.