O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse na tarde desta terça-feira, 5, que, se fosse por concurso público, o senador José Serra (PSDB-SP) seria presidente da República. Em evento na capital paulista, Pezão falava da questão dos royalties do petróleo quando comentou sobre Serra. Pezão lembrou que, na Constituinte, Serra retirou o ICMS que o Estado do Rio de Janeiro receberia pelo petróleo e teve como compensação os royalties.
Apesar de ser do PMDB, principal partido de apoio ao governo de Dilma Rousseff – que chegou ao primeiro mandato em disputa contra Serra -, Pezão não economizou elogios ao senador tucano. “Se fosse concurso público, ele (Serra) era primeiro em todos para presidente da República”, disse Pezão, ao argumentar que Serra nunca conseguiu explicar ao eleitorado fluminense que tirou os recursos do ICMS do Estado mas compensou com os royalties.
Projeto de lei que mudaria a distribuição de royalties de petróleo, prejudicando Estados e municípios produtores e beneficiando todos os outros entes federados, é alvo de disputa judicial desde 2012. O caso está sendo avaliado pelo Supremo Tribunal Federal.
Na apresentação a empresários no ciclo de palestras promovido pela revista Exame, Pezão se disse um “municipalista” convicto e reclamou da concentração de receitas, dizendo que 63% ficam com a União. “A gente vive muito do humor de Brasília. Se a gente ficar só com o mau humor de Brasília, a gente não toca nada.”
Pezão defendeu o que chamou de avanço recente no Rio de Janeiro, com uma agenda privilegiada com eventos como Copa, Olimpíadas e vinda do Papa. Ele defendeu seu antecessor, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, pelo trabalho de preparação para os Jogos Olímpicos do ano que vem – os dois são do mesmo partido de Pezão, o PMDB.