O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta quarta-feira, 30, que todos os Estados terão que fazer ajustes diante da desaceleração da economia, mas não considerou má ideia que o “pacto pela austeridade” firmado na semana passada com o governo federal traga soluções individualizadas. “Estamos cada Estado com a sua dificuldade. Mas tem muitos pontos que nos unem, e, diante da queda do PIB, todos vão ter que fazer ajustes muito fortes”, afirmou ao deixar o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com o titular, Henrique Meirelles.
“Tem Estados que já fizeram (o ajuste), então eles querem tratamento diferenciado, mas já houve avanços, como abertura de linhas de crédito que estavam fechadas. Esperamos amanhã (quinta-feira, 1))ter outros (avanços)”, disse o governador do Rio.
No fim da semana passada, governadores do Nordeste pediram em uma carta soluções diferenciadas, uma vez que os Estados da região já teriam começado o ajuste fiscal. Eles defendem que cada unidade da federação escolha, dentro de um cardápio de medidas, as que mais se enquadram à realidade local.
A partir de agora, os governadores devem destacar um representante de cada região para dialogar com o governo federal. Pezão disse hoje que será o representante do Sudeste. Nesta quinta-feira, contou o governador do Rio, haverá uma reunião entre os cinco escolhidos, Meirelles e o presidente Michel Temer para continuar a debater o pacto e a questão da divisão da multa da repatriação.
“Hoje a reunião foi muito boa, mais uma vez avançando. Amanhã (quinta-feira)tem outra reunião com a equipe”, afirmou Pezão. “Estamos avançando, trouxemos algumas ideias para realizarmos travessia para 2017 e 2018. Alguns pontos nos unem, tem Estados que já fizeram seus deveres de casa, outros que não. Esses pontos vamos discutir amanhã (quinta)”, reforçou.
O governador do Rio avalia que mais de 15 Estados já encaminharam seus ajustes e “não estão tão desequilibrados como o Rio”. A expectativa de Pezão é que o governo fluminense consiga fugir dessa situação aprovando o pacote de medidas encaminhado à Assembleia Legislativa – e que enfrenta forte resistência popular. “Estamos tentando construir maioria (para votação)”, disse.
Pezão contou também que o Estado espera obter um volume significativo de recursos com a securitização da dívida ativa. Após a reunião na Fazenda, o governador pretendia ir ao Senado para conversar com parlamentares sobre o projeto de lei que tramita na Casa para permitir a operação.