Paulo Pezzolano não estará na beira do campo comandando o Cruzeiro nos jogos contra Náutico, Sampaio Corrêa e Criciúma na Série B. O treinador uruguaio foi punido pela STJD nesta quarta-feira pelas expulsões contra o Fluminense, na Copa do Brasil, e diante do CSA, na divisão de acesso.
A Terceira Comissão Disciplinar ainda julgou a confusão entre torcedores de Fluminense e Cruzeiro no duelo de volta da Copa do Brasil, no Mineirão. Os clubes acabaram absolvidos de perda de mando, com os cariocas multados em R$ 400, mas a invasão de campo de Pezzolano para reclamar acabou lhe rendendo um jogo de gancho após o vermelho naquele dia.
"Assim, por maioria de votos, o Cruzeiro foi absolvido pela denúncia ao artigo 213, incisos I e III do CBJD, assim como o Fluminense, no artigo 213, inciso I do CBJD. O técnico Paulo Pezzolano, do clube mineiro, foi suspenso por uma partida pelo artigo 258 do CBJD. E o Flu, por infração ao 191, III, do CBJD, foi multado em R$ 400 por unanimidade dos votos", anunciou o relator Cláudio Diniz.
Logo depois, por vídeo conferência, Pezzolano tentou se defender por receber o segundo cartão amarelo na partida do Cruzeiro diante do CSA, no dia 20 de julho, pela Série B, por "reclamar ostensivamente" e acabou levando mais dois jogos.
O treinador foi denunciado pela Procuradoria por infração ao artigo 243-F do CBJD, por "ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto", que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de uma a seis partidas.
Pezzolano admitiu o erro. "Primeiro, quero pedir desculpa. Como treinador, às vezes perdemos o controle no momento, mas eu nunca vou ofender ninguém. Não tenho nada o que falar contra eles, estão fazendo seu trabalho. Sou muito de cobrar meus jogadores, também levantar os braços e reclamar com eles. Não sou uma pessoa de faltar com respeito a ninguém", disse. "No jogo fico mais sanguíneo, sim, como podem ver nas imagens. Mas falo mais palavras em espanhol. Tenho 39 anos, sempre trabalho com respeito. Colocamos o coração dentro do jogo, mas nunca para ofender ninguém. Não me lembro exatamente delas (palavras proferidas), dificilmente eu conseguiria falar isso em português tão claramente, eu não conseguiria falar todas essas palavras. Sinceramente, só lembro que toquei o braço dele e ele saiu falando que não podia tocar nele. Não teve colarinho", declarou o treinador.
Apesar da defesa, o STJD não se comoveu com as palavras do técnico. "É a segunda denúncia só na pauta de hoje (de Pezzolano) por um comportamento indevido. E obviamente a questão pedagógica aqui se impõe em primeiro lugar. A Procuradoria não fica feliz, mas a pena para qualquer ato deste tipo sempre vai ter um cunho pedagógico. O conjunto da obra do denunciado é assustador. Há uma confissão no seu depoimento, ele não negou as palavras que foram ditas, disse que não se lembrava. Não existindo nenhum outro fato a elidir a súmula, não posso pedir outra coisa que não seja uma punição severa no 243-F com observância do parágrafo primeiro", cobrou o procurador William Figueiredo, sugerindo quatro jogos de pena no mínimo. Os auditores pegaram leve e a punição foi de "somente" mais dois jogos.