A Polícia Federal apreendeu R$ 1,250 milhão em dinheiro em espécie na Operação Zelotes, deflagrada nesta quinta-feira, 26. Em busca e apreensão na casa de um membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), foram achados R$800 mil no cofre. Foram apreendidos também R$ 250 mil e carros de luxo com outros investigados. Segundo a PF, 10 conselheiros do Carf, entre atuais e ex-conselheiros, envolvidos no esquema. Eles teriam ganhado propina em troca de aprovar redução ou anular multas de grandes empresas no Carf.
A Operação Zelotes investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa, tráfico de influência e associação criminosa no Carf, que é uma espécie de tribunal da Receita Federal. Investigadores acreditam que os desvios na Operação Zelotes podem superar os valores da Operação Lava Jato, estimados em R$ 10 bilhões.
Há suspeitas que os valores possam ultrapassar os R$ 19 bilhões, referentes a 70 processos investigados. Já foram apurados desvios de R$ 5,7 bilhões. Nas operações de busca realizadas durante a manhã em Brasília, São Paulo e Ceará, foram apreendidos R$ 1 milhão em dinheiro vivo e carros de luxo.
O termo Zelotes foi escolhido para descrever falso zelo ou cuidado fingido. Foram cumpridos mandados em dois gabinetes na sede do Carf, em Brasília. As investigações apontam para o suposto envolvimento do atual conselheiro Paulo Roberto Cortez e do ex-presidente do Carf em 2005, Edison Pereira Rodrigues. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos dois.
O Carf é um colegiado formado por funcionários do Ministério da Fazenda e representantes da sociedade, cuja função é julgar recursos em que contribuintes questionam a cobrança de tributos, multas e juros.