Polícia

PF cumpre mandado em Guarulhos durante megaoperação contra fraudes cibernéticas e lavagem de dinheiro

A cidade de Guarulhos foi um dos alvos de uma grande operação da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira (20). A ação faz parte de duas operações simultâneas — Cryptoscam e Wet Cleaning — que visam desarticular organizações criminosas envolvidas em fraudes bancárias, tráfico de drogas, furto de criptoativos e lavagem de dinheiro.

De acordo com a Polícia Federal, mandados de busca e apreensão e de prisão foram cumpridos em Guarulhos, além de outras cidades de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Maranhão. No total, foram expedidos 26 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão. Também foi determinado o sequestro de bens e valores em nome dos investigados, seus laranjas e empresas envolvidas nas atividades ilegais.

As investigações começaram com base em informações repassadas pela Rede de Cooperação Internacional em Crimes Cibernéticos, criada em 2023, e envolveram as delegacias da PF em Joinville e Itajaí, em Santa Catarina.

Embora os detalhes da atuação do grupo criminoso em Guarulhos não tenham sido divulgados, a cidade aparece entre os pontos estratégicos da investigação. A suspeita é de que empresas sediadas ou atuantes na região estariam sendo usadas para lavar dinheiro proveniente de golpes cibernéticos e transações ilícitas com criptoativos.

A operação Wet Cleaning, por exemplo, teve início com a prisão de uma mulher apontada como uma das maiores estelionatárias do país, ligada a golpes contra a Caixa Econômica Federal. A investigação revelou que o grupo utilizava empresas nas áreas de construção civil, tecnologia e transporte para movimentar valores ilegais — cerca de R$ 110 milhões em criptoativos, segundo estimativas.

Já na Operação Cryptoscam, o foco foi um grupo familiar sediado inicialmente no Paraná, responsável por fraudes eletrônicas e furtos de criptomoedas, incluindo um roubo de US$ 1,4 milhão de um cidadão de Singapura. Os criminosos ocultavam os valores ilícitos por meio da compra de imóveis de luxo, carros importados e ativos digitais. Parte dos investigados também é suspeita de envolvimento em ataques a contas bancárias de prefeituras brasileiras.

As investigações seguem em andamento, com o objetivo de identificar mais envolvidos e aprofundar a apuração das conexões nacionais e internacionais das organizações criminosas.

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