Estadão

PF e Marinha iniciam resgate de embarcação achada com corpos em decomposição no Pará

A Polícia Federal e a Marinha iniciaram na manhã deste domingo, 14, a operação de resgate do barco encontrado à deriva, com corpos em estado de decomposição, em Bragança, no Pará, a 215 km de Belém. O barco, de 15 metros de comprimento por 2 metros de largura, foi achado no sábado, 13, por pescadores, na Baía do Maraú.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado também participam da operação. O tempo chuvoso e as marés dificultam o resgate, que deve durar o dia todo.

A suspeita é de que as vítimas sejam cidadãos estrangeiros em tentativa de imigração pelo mar. Ainda no sábado, o Ministério Público Federal, que abriu duas investigações para apurar o caso, chegou a divulgar que seriam 20 corpos, mas depois corrigiu a informação por falta da confirmação do número.

Os pescadores que encontraram o barco relataram que os corpos estavam em estado de decomposição.

O barco estava encalhado em um banco de areia a cerca de 20 quilômetros de Tamatateua, para onde a embarcação deve ser removida. O local que receberá o barco pode ser alterado, a depender das marés.

A PF informou ter deslocado para a região uma equipe com peritos e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) na tentativa de identificar os cadáveres.
Serão usados protocolos de identificação de vítimas de desastres, como os empregados após o rompimento da Barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019.

A Marinha informou que uma equipe de inspetores navais da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental foi acionada e está em deslocamento até o local do ocorrido, "a fim de apurar os elementos essenciais para abertura de investigação do Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN)".

O MPF disse que abrirá duas investigações para apurar o caso. Em nota, informou que o procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha, determinou a abertura de investigação na área criminal e na área cível, que será realizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para defesa dos direitos humanos.

Ainda segundo o ministério, a investigação criminal foca em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal dos autores. Já a investigação civil concentra-se em questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes.

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