A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira, 24, em Belo Horizonte, mandado de busca e apreensão na casa do ex-comandante da Polícia Militar de Minas Gerais no governo de Fernando Pimentel (PT), coronel reformado Helbert Figueiró.
O ex-chefe da PM do Estado é suspeito de tentativa de obstrução de Justiça durante apurações da PF no âmbito da Operação Acrônimo, cuja primeira fase foi deflagrada em 29 de maio de 2015, e que tem Pimentel como um dos investigados.
Segundo a Polícia Federal, as buscas de hoje ocorreram depois de terem sido identificadas, em abril deste ano, suspeitas de obstrução de Justiça após se confirmar que os investigados estavam monitorando os trabalhos da Polícia Federal. A PF não cita o período exato em que os suposto acompanhamento das investigações ocorria, se ao longo do governo Pimentel, encerrado em 2018, ou em outra época. O ex-governador não é alvo da operação de hoje, batizada de Hangar. Figueiró assumiu o comando da PM em Minas em 30 de janeiro de 2017. Nas buscas foram apreendidos três telefones celulares e um computador.
A Acrônimo apura supostas irregularidades no financiamento de campanhas eleitorais em 2014, quando Pimentel foi eleito para o governo do Estado. Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais afirma que tomou conhecimento, por meio da mídia, da operação da Polícia Federal envolvendo um coronel veterano da instituição. Ainda segundo a PM, a corporação "não foi comunicada oficialmente pela Polícia Federal sobre o fato".
A reportagem tenta contato com o coronel reformado e também com o ex-governador Pimentel. A pena para tentativa de obstrução de Justiça pode chegar a oito anos de prisão conforme a Polícia Federal.