Noticia-geral

PF vai apurar causas de incêndio na Chapada dos Veadeiros

O trabalho realizado de forma intensiva por voluntários e a força-tarefa de brigadistas, bombeiros, policiais e agentes públicos na região tem conseguido controlar o avanço do fogo que consome a Chapada dos Veadeiros. O fim efetivo das chamas na área atingida, porém, só deve vir mesmo com o aguardado início das chuvas na região, diz o chefe do Parque Nacional da Chapada, Fernando Tatagiba.

Se há dúvidas sobre quando as chuvas chegarão, já não existem muitas sobre as causas do acidente. É consenso entre os que atuam no combate ao fogo que se trata de um incêndio intencional e, portanto, criminoso. Por ser um parque nacional, a Polícia Federal já foi acionada para investigar o caso.

À reportagem, o diretor Tatagiba já havia dito que as suspeitas apontam para uma atuação criminosa. “O fato de o incêndio ter surgido no interior do aceiro (barreira para contenção do fogo) me leva a crer que alguém adentrou no parque e botou fogo. Não temos elementos para dizer quem é o responsável, mas podemos dizer, com certeza, que é criminoso”, enfatizou.

Na quarta-feira, 25, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, esteve na região do parque e sobrevoou a área. Ele pediu ao Ministério da Justiça que a PF dê prioridade às investigações, o que só deverá ocorrer depois de concluído o controle total do incêndio, que agora avança em áreas mais isoladas e de difícil acesso.

As suspeitas da comunidade e de ambientalistas são de que os incêndios teriam origem na ampliação da área do parque, em junho, saltando de 65 mil para 240 mil hectares. A decisão incomodou produtores que já estavam no entorno. Parte deles foi multada pelo Ibama por estarem produzindo em áreas do parque. Criado em 1961, a unidade tinha originalmente 625 mil hectares mas teve suas dimensões reduzidas nas últimas décadas.

Perícias serão realizadas para identificar como as chamas começaram e quais são as causas do incêndio. Acidental ou dolosamente, por fogo em mata é enquadrado na lei de crimes ambientais e tem punição prevista de dois a quatro de prisão. A situação na Chapada ajuda a puxar o número de incêndios, que é recorde em áreas de florestas nacionais neste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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