Em meio à pandemia do novo coronavírus, a economia chinesa cresceu 2,3% em 2020 sobre o ano anterior, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas do país nesta segunda-feira, 18 (pelo horário local). No quarto trimestre do ano, o crescimento foi de 6,5% sobre o mesmo período do ano passado. O resultado veio acima da mediana das projeções coletadas pelo jornal <i>The Wall Street Journal</i> junto a economistas, de alta de 6,0%.
O indicador também aponta para uma aceleração da atividade econômica no país, já que, no trimestre anterior, o crescimento do PIB foi de 4,9% na comparação anual. O crescimento em relação ao trimestre anterior foi de 2,6%. Fonte: Dow Jones Newswires.
<b>Risco de baixa</b>
O crescimento da China superou a expectativa no quarto trimestre de 2020, mas os dados de atividade relativos a dezembro foram "mistos", de acordo com relatório do Commerzbank. O banco aponta que a economia chinesa tornou-se o principal impulso para a atividade global ao longo do ano passado, mas adverte que a estrada à frente "permanece acidentada". Para 2021, o Commerzbank espera avanço de 8,0% no PIB chinês, "o que fica um pouco abaixo do consenso" do mercado.
<b>Produção industrial</b>
O Commerzbank destaca também que, entre os dados de dezembro, a produção industrial surpreendeu para cima, ao crescer 7,3% na comparação anual, ante previsão de alta de 6,8% dos analistas ouvidos pelo <i>Journal</i>. Já as vendas no varejo tiveram alta de 4,6% em dezembro na mesma comparação, ante previsão de crescimento de 5,5%. "Em geral, o setor manufatureiro é o salvador óbvio para a economia", diz o banco, que destaca também a força das exportações para apoiar o quadro, porém aponta que o consumo mostra menos fôlego.
"No curto prazo, o viés de baixa permanece, já que a China começou a reportar novos casos locais no novo ano" da covid-19, lembra o Commerzbank. Medidas de lockdown foram impostas em "algumas poucas cidades" e autoridades devem adotar medidas para limitar viagens no feriado prolongado local do Ano Novo Lunar, em meados de fevereiro, prevê o banco. "Tudo isso claramente sinaliza para um risco de baixa para o crescimento no 1º trimestre, particularmente já que o setor de serviços deve sofrer um revés", adverte.