O Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção deve crescer 3,8% em 2021, mostrando uma recuperação importante frente a 2020, quando tende a fechar com queda de 2,5%. As projeções foram divulgadas nesta terça-feira, 1º de dezembro, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP) em parceira com a Fundação Getulio Vargas (FGV), durante entrevista coletiva à imprensa.
Para 2021, a perspectiva é que o PIB da construção seja puxado pelo desempenho das obras empresariais, com alta de 4,1% neste segmento por conta da abertura de novos canteiros de empreendimentos residenciais que foram lançados nos últimos meses.
O outro componente do PIB da construção é o consumo das famílias no varejo para obras e reformas domésticas, segmento que deve crescer 3,5% no próximo ano.
Já no caso de 2020, a queda no PIB da construção vai ser puxada principalmente pela atividade empresarial, com baixa de 4%, enquanto o consumo das famílias terá um desempenho mais brando, com recuo de 1%.
"As famílias tiveram um peso maior em 2020 no PIB da Construção. Com o fim do auxílio emergencial e a dificuldade na retomada dos empregos no País, esperamos que as empresas puxem o PIB do setor em 2021, porque estão tendo um novo ciclo de obras", disse o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, durante entrevista coletiva realizada há pouco.
"O nível da atividade no setor da construção já chegou ao mesmo nível registrado antes da chegada da pandemia", afirmou a pesquisadora da FGV, Ana Maria Castelo.
Essa melhora contou com o efeito positivo do nível baixo das taxas de juros, que estimulam a compra de imóveis para investimento ou moradia, explicou. Isso ajuda a sustentar a perspectiva de crescimento do PIB da construção no próximo ano.
Por outro lado, essa retomada não foi suficiente para compensar completamente a paralisação de boa parte das atividades ao longo deste ano, após a eclosão da quarentena. Daí a projeção de queda no PIB setorial em 2020.
Castelo ainda ressaltou o fato de que o total de trabalhadores na construção chegou a 2,305 milhões em outubro, o que corresponde à criação de 138 mil vagas ao longo do ano, de acordo com dados do Caged. "É a atividade que mais gerou empregos com carteira assinada em 2020, o que mostra a importância do setor para a retomada da economia nacional", apontou.