A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012 e 2013 decorreu das mudanças metodológicas promovidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para adequar o Sistema de Contas Nacionais aos padrões internacionais, afirmou nesta sexta-feira a coordenadora de Contas Nacionais do órgão, Rebeca Palis. A despeito de os dados definitivos estarem previstos apenas para novembro deste ano, também houve incorporação de novas fontes de dados e pesquisas estruturais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM).
“Teve alteração de fontes de dados. Nós nos adequamos à nova classificação de atividades econômicas. Além disso, mudou o cálculo da taxa de crescimento do setor da construção”, lembrou Rebeca. “Na parte de serviços, tem algumas coisas que são mudanças de fonte em razão da incorporação da Pnad 2012 e 2013, afetando especialmente, no caso dos serviços, as atividades imobiliárias e administração pública, que usam esses dados como fonte”, acrescentou.
Segundo a coordenadora, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), antes usada parcialmente no cálculo do PIB, agora foi totalmente incorporada tanto em 2012 quanto em 2013. Pela ótica da demanda, as mudanças têm a ver com a classificação de ativos, que alteraram principalmente os investimentos, diante do entendimento de que os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) agora são investimentos – e não mais consumo.
Em 2013, o crescimento passou de 2,5% para 2,7%, influenciado principalmente pelo desempenho da agropecuária, que cresceu 7,9% em vez da taxa de 7,3% inicialmente apurada. Em 2012, o crescimento passou de 1,0% para 1,8%, puxado pela indústria (-0,8% para 0,1%). Também em 2012, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu a queda com a revisão, de -4,0% para -0,6%.
“Além da mudança da metodologia, parte de edição de livros saiu da indústria e passou para serviços de informação. Essas revisões também têm um pouco a ver com mudança de classificação”, frisou Rebeca.
A série das Contas Nacionais Trimestrais foi atualizada a partir da nova metodologia retroativamente até 1996. Com isso, houve grande alteração nas taxas de 1998, 1999 e 2000, afirmou a coordenadora. A média de crescimento entre 1996 e 2000 passou de 2,0% para 2,1%, segundo Rebeca. No acumulado desse mesmo período, o crescimento passou de 10,5% para 11,2%.