O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) este ano deve ficar limitado a um crescimento de 0,8%, com melhora apenas no ano que vem, quando o PIB deverá crescer 2,5% se a reforma da Previdência for aprovada.
“Caso a reforma seja aprovada no segundo semestre, dependendo do timing, pode levar a mais uma revisão do crescimento da economia este ano para 0,6%, mas a reforma vai ser aprovada e ano que vem vamos ver a recuperação”, avaliou o presidente do Ipea, Carlos von Doellinger em coletiva de imprensa para apresentar a Carta de Conjuntura com uma visão geral da economia.
No estudo feito pelo órgão ligado ao Ministério da Economia, a previsão é que a indústria continue patinando este ano, com queda de 0,1% no fim do exercício, mas cresça 2,5% em 2020, assim como o PIB. Já os serviços devem subir 1,2% em 2019 e 2,7% em 2020, acima da Agropecuária, que deve registrar pequena melhora em relação a 2018, com alta de 0,5% e 0,2% em 2019 e 2020, respectivamente.
O consumo das famílias deve ficar positivo em 1,5% este ano e subir 2,9% no ano que vem. Já o consumo do governo ficará estável em 2019 e deve subir apenas 0,1% no ano que vem. A Força Bruta de Capital Fixo (FBCF), segundo o Ipea, terá crescimento de 1,6% este ano mas de 7,7% em 2020, também puxada pela reforma da Previdência.
As exportações de bens e serviços devem fechar este ano em alta de 3,5%, contra o ano anterior, subindo para 3,9% em 2020. Já as importações de bens e serviços vão terminar 2019 em alta de 5,7% e evoluir ainda mais em 2020, com o Ipea projetando alta de 9,1%.
“Estou bem mais otimista com as projeções das exportações do que mostram esses números”, pontuou Doellinger, que já havia criticado os estudos do órgão anteriormente. Ele admitiu no entanto que ainda é cedo para fazer novas projeções, apesar de considerar que a reforma da Previdência “já está aprovada”, e não temer uma reversão de tendência.
Ainda na Carta de Conjuntura, o Ipea estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do governo, tenha alta de 3,90% tanto em 2019 como em 2020, enquanto a taxa de juros Selic deve ficar em 5,50% também nos dois exercícios e a taxa de câmbio variar de R$ 3,80 em 2019 para R$ 3,85 em 2020.