Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o Banco Central (BC) afirmou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que recuou 0,1%, colocando o País em recessão técnica, foi "uma evolução ligeiramente abaixo da esperada". Segundo o comitê, isso ocorreu "apesar de as atividades mais atingidas pela pandemia terem continuado em trajetória de recuperação robusta".
Mas o comitê acrescentou que revisou para baixo as expectativas de atividade no curto prazo, citando que indicadores de alta frequência indicam recuo da atividade econômica, "difundido entre vários setores, em setembro e possivelmente em outubro". "No mesmo sentido, os índices de confiança já disponíveis para os meses iniciais do trimestre corrente mostram deterioração", disse o BC, na ata.
Em relação à atividade em 2022, ano para qual as projeções de mercado derretem mais a cada semana, o Copom ponderou que há vetores para os dois lados. "Se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto mais intenso das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado pelo desempenho da agropecuária e pelo processo remanescente de normalização da economia – particularmente no setor de serviços e no mercado de trabalho – conforme a crise sanitária arrefece."
<b>Ambiente externo</b>
O Copom alertou por meio da ata que o ambiente externo se tornou menos favorável para os países emergentes devido à inflação nas economias centrais e ao aumento de incertezas sobre o ritmo de recuperação global.
O colegiado destacou que alguns bancos centrais das principais economias "expressaram claramente" a necessidade de uma cautela maior em relação à persistência da inflação. Com isso, as condições financeiras para as economias emergentes se tornaram mais desafiadoras.
"Além disso, a questão imobiliária na China, a possibilidade de nova onda da covid-19 durante o inverno e o aparecimento da variante Ômicron adicionam incerteza quanto ao ritmo de recuperação nas economias centrais", destacou o documento. "Esses eventos geraram quedas nos preços de commodities importantes, mas ainda é cedo para prever a extensão deste movimento", completou o BC.