Estadão

PIB do Nordeste cresceu 7% no biênio 2021/22, abaixo da média nacional, diz FGV

Passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19, em 2020, a economia da Região Nordeste mostrou crescimento nos anos seguintes, mas ainda aquém da média nacional, estimou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste teria passado de um tombo de 4,1% em 2020, para crescimentos de 3,5% em 2021 e de 3,4% em 2022. Já o PIB brasileiro saiu de queda de 3,3% em 2020 para uma alta de 5,0% em 2021 e avanço de 2,9% em 2022.

Enquanto o Brasil cresceu, em média, 8,0% no biênio 2021-2022, a Região Nordeste avançou 7,0%, resultado superior apenas ao do Norte, que expandiu 6,1%, calculou o Ibre/FGV. Os demais avanços no biênio foram de 8,4% para o Sudeste; 8,2% para o Sul; e 8,6% para o Centro-Oeste.

"Com o objetivo de reduzir as enormes desigualdades socioeconômicas entre as regiões, é importante que se mude esse cenário, com o crescimento mais robusto da região Nordeste. É necessário que sejam adotadas políticas públicas que potencializem a economia da região e consiga fazer com que a redução das disparidades com relação às demais regiões do país sejam minimizadas de forma mais rápida que a atualmente observada", defendeu o levantamento feito por Juliana Trece e Claudio Considera, pesquisadores do Ibre/FGV.

A expansão mais modesta no Nordeste teve influência, em 2021, do fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, no início daquele ano, o que impactou o desempenho da indústria de transformação na região.

"Estima-se que a representatividade da indústria de transformação nordestina tenha se reduzido no Brasil de 10,5% em 2020 para 9,6% em 2021, o menor porcentual desde 2014. Em 2022, a estimativa é que a participação da indústria de transformação nordestina tenha se mantido nesse patamar", escreveram os pesquisadores do Ibre/FGV no estudo.

Quanto ao avanço na economia nordestina acima da média nacional em 2022, o resultado foi impulsionado pela recuperação nos serviços de transportes, administração pública, informação e comunicação, outros serviços e aluguéis.

O Nordeste corresponde a cerca de 18% do território do Brasil, concentrando 28% da população do País, mas representava apenas 13,6% do PIB brasileiro, na média de 2002 a 2020. Em 2003, a participação da economia nordestina no PIB desceu ao piso de 12,8%, alcançando um pico de 14,5% em 2017. Em 2020, essa fatia foi de 14,2%.

A geração de riqueza dentro do Nordeste é bastante concentrada: Bahia, Pernambuco e Ceará detêm 62,8% do PIB da região.

Na média de 2002 a 2020, todos os Estados nordestinos figuraram entre os dez menores níveis de PIB per capita do País. O Acre foi o único Estado fora da região a figurar no ranking.

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