O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 2,1% no terceiro trimestre, após ajustes sazonais, na segunda estimativa do dado divulgada nesta terça-feira pelo Departamento do Comércio. O resultado ficou acima da estimativa inicial de 1,5% e veio em linha com a previsão dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
O indicador sugere que a economia norte-americana está a caminho de fechar o ano com um crescimento em patamar modesto, para os padrões dos EUA. Apesar do resultado mais forte que no cálculo inicial, o ritmo de crescimento do terceiro trimestre marca uma desaceleração forte ante o segundo trimestre, quando a economia avançou 3,9%, na taxa anualizada.
Na comparação anual, a economia norte-americana cresceu 2,2% no terceiro trimestre, seu avanço mais lento na comparação anual desde o primeiro trimestre de 2014. No geral, o crescimento econômico tem girado na casa de 2% há vários anos, ritmo modesto para os EUA, sem um impulso forte sustentável para a economia desde o fim da recessão em 2009.
Os lucros das empresas após impostos, sem avaliação de estoques ou ajustes para consumo de capital, recuaram 3,2% ante o segundo trimestre, a maior queda nesse indicador desde o quarto trimestre de 2014. Na base de comparação anual, o lucro corporativo cresceu 1,4%, bem abaixo da alta anual de 8,5% no segundo trimestre.
No geral, o impulso no terceiro trimestre foi dado em grande medida pela revisão para cima dos estoques privados, que subtraíram 0,59 ponto porcentual do avanço geral, de uma estimativa anterior de uma redução de 1,44 ponto porcentual nesse resultado. A alta nos estoques ajudou a impulsionar o PIB, mas isso pode ser um freio para o quarto trimestre.
O relatório de hoje também mostrou os investimentos das empresas – refletindo gastos em construção, equipamentos e pesquisa e desenvolvimento – mais fortes que o antes estimado. Os investimentos em ativos fixos não residenciais aumentaram a um ritmo de 2,4%, acima dos 2,1% antes estimados, com as companhias impulsionando os gastos em equipamentos.
As vendas finais reais, uma medida da produção econômica que exclui mudanças nos estoques, aumentaram a um ritmo de 2,7% no terceiro trimestre, abaixo da estimativa inicial de 3%.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da produção econômica, aumentaram a uma taxa de 3% no terceiro trimestre, abaixo da estimativa inicial de 3,2% e do avanço de 3,6% do segundo trimestre. O recente ganho foi puxado por gastos fortes em bens duráveis, como automóveis.
Economistas esperavam que um dólar mais forte e a demanda fraca no exterior pesassem sobre o crescimento econômico no terceiro trimestre. O relatório desta terça-feira mostrou que o comércio retirou 0,22 ponto porcentual da taxa de crescimento. As exportações aumentaram a um ritmo de 0,9% no terceiro trimestre, abaixo da estimativa anterior de 1,9%, enquanto as importações avançaram 2,1%.
Os gastos do governo avançaram 1,7%, em linha com o cálculo anterior. O Departamento do Comércio deve divulgar uma nova revisão do PIB do terceiro trimestre em 22 de dezembro. A leitura de hoje é a última antes da reunião de dezembro do Federal Reserve, o banco central norte-americano, quando muitos economistas acreditam que os diretores do Fed decidirão elevar os juros. Fonte: Dow Jones Newswires.