A confirmação de alta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre, em termos anualizados, de acordo com a segunda revisão realizada pelo Departamento do Comércio, não altera a avaliação de que o Federal Reserve subirá os juros duas vezes neste ano, a próxima em junho e a última em dezembro, comentou ao Broadcast Ítalo Lombardi, economista e estrategista para a América Latina do banco Crédit Agricole.
“O consumo pessoal americano está mais forte e reflete o desempenho robusto do mercado de trabalho”, apontou. Os gastos dos cidadãos registraram alta de 3% entre outubro e dezembro, acima da elevação de 2,5% divulgada anteriormente pelo governo americano.
Na avaliação de Lombardi, contudo, os investimentos em formação bruta de capital fixo, avançaram 1,3% no quarto trimestre de 2016, quase a metade dos 2,4% apurados na primeira leitura do PIB dos últimos três meses do ano passado. “Tal fato pode estar relacionado com incertezas sobre as perspectivas de alta de juros nos EUA, mesmo que sejam graduais, e também a mudança de governo americano”, comentou.
Para Ítalo Lombardi, a economia dos EUA deve registrar uma expansão favorável neste ano, quando deve aumentar 2,4%, sem pressões expressivas sobre a inflação. Ele estima que o dado cheio do PCE deverá subir 2,4% em 2017.
No contexto de altas paulatinas de juros pelo Federal Reserve, o câmbio no Brasil deve continuar apreciado e colaborando para conter o avanço do IPCA, que para ele deve subir 5,6% neste ano. “O Copom terá condições de continuar sua trajetória de corte da Selic, que deve baixar 0,75 ponto porcentual em abril, e chegará ao final do ano a 9,25%.”