Enquanto o PIB dos EUA cresceu 5,0% no terceiro trimestre, o Banco Central brasileiro anunciou nesta terça-feira, 23, uma redução em sua projeção para o crescimento da economia do País em 2014 de 0,7% para somente 0,2%. Em meio a esse contraste, os agentes financeiros no Brasil se sentiram ainda mais motivados a acompanhar o movimento global de busca de proteção no dólar.
O resultado foi a disparada da moeda norte-americana no mundo e ante o real brasileiro, que voltou a fechar no patamar de R$ 2,70, após cair para o nível de R$ 2,65 durante a manhã.
A expectativa agora para o mercado de câmbio se volta para as condições do futuro programa de swap cambial do Banco Central em 2015. O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, informou que serão anunciados nos próximos dias os parâmetros do programa de swap cambial a partir de 2015. “Até 31 de dezembro está dado”, disse.
Segundo ele, o câmbio é flutuante e o programa não foi feito para formar a taxa. Ele disse que durante a vigência do programa de swap o dólar variou de R$ 2,20 a R$ 2,75.
No mercado à vista, o dólar encerrou a sessão em alta de 1,69%, a R$ 2,7070 – valor mais alto desde 16 de dezembro deste ano, quando a moeda terminou a R$ 2,7410, com alta de 2,01%. O volume financeiro negociado somou cerca de US$ 1,031 bilhão. Durante o dia, a moeda oscilou 2,04%, de uma mínima, a R$ 2,6520 (-0,38%), à máxima, a R$ 2,7080 (+1,73%). Em dezembro, o dólar à vista acumula alta de 5,45% e, no ano, sobe 14,90%.
Na BM&FBovespa, às 16h42, o dólar futuro de janeiro de 2015 estava em alta de 1,48%, a R$ 2,710, com um giro financeiro movimentado de cerca de US$ 12,022 bilhões. Esse contrato oscilou 2,15%, de R$ 2,6555 (-0,54%) a R$ 2,7140 (+1,65%).
Nesta antevéspera do Natal, a moeda norte-americana começou o dia com oscilações mais perto da estabilidade, sem direção única e conectada ao exterior, em meio à espera pelo PIB dos EUA.
Mas o fluxo cambial positivo e fatores técnicos relacionados com as rolagens de contratos cambiais e a formação da taxa Ptax de encerramento de dezembro e do ano também pesaram muito para o enfraquecimento do dólar durante a manhã. Foi só com os dados melhores do PIB que o dólar se firmou em alta.