O líder do PMDB, Leonardo Picciani, fez questão de ressaltar, em coletiva nesta quarta-feira, 7, que o esvaziamento da sessão dos vetos presidenciais, que foi novamente encerrada por falta de quórum, não foi responsabilidade do PMDB. “Mais uma vez o PMDB estava presente na sessão para votar”, disse, ressaltando que 70% da bancada da sigla confirmou presença na sessão. Nesta terça-feira, 6, quando também foi aberta sessão para votar os vetos, 52% da bancada compareceu.
Na justificativa de ontem, Picciani atribuiu a um problema de logística o baixo número de parlamentares. Hoje ele afirmou que apenas os outros partidos podem explicar as razões da não participação na sessão. “O PMDB não tem o que se pronunciar a esse respeito”, disse.
Líderes não só da oposição, mas também alguns da base governista, reuniram-se na noite de terça-feira, 7, na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para articular novamente o esvaziamento da sessão do Congresso. Uma nova reunião com Cunha ocorreu pouco antes do início da sessão, que estava marcada para as 11h30. Eles estão incomodados com o espaço concedido pelo governo ao PMDB na reforma ministerial. Além disso, há insatisfação com perda de espaço e com o tratamento dado a algumas legendas não tão grandes nem tão fiéis, em especial o PDT.
Picciani se negou a comentar as articulações. “Não me cabe essa avaliação. Cada um deve falar e ser responsável pelas suas atitudes. Não me cabe falar se eles ficaram ou não satisfeitos”, disse o líder peemedebista, que negociou diretamente com a presidente Dilma Rousseff a nomeação de dois deputados federais do partido para os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Marcelo Castro (PI) e Celso Pansera (RJ) se tornaram ministros numa tentativa do governo de fidelizar a bancada do PMDB na Câmara.
O líder do PMDB disse ainda que a questão dos vetos é uma questão do País. “Não é uma questão sujeita a jogo político. Nós devemos votar. Tomar uma decisão para virar essa página e o País poder avançar”, disse.
Para Picciani, o esvaziamento de sessão não é recado para a base e nem significa uma derrota ao governo. “Não há recado, cabe ao Planalto conversar com os partidos, cabe as partidos explicitar razões e tentar encontrar no diálogo (uma solução)”, disse. Segundo ele, não há nada intransponível. “E derrota ou vitória só após a votação dos vetos, vamos votar.”
Já o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que vai examinar qual o melhor momento para convocar uma nova sessão das duas Casas Legislativas para votar os vetos presidenciais. “Vamos avaliar quando é prudente, recomendável convocar (nova sessão). Não tenho ainda uma decisão. Vou examinar, fazer essa avaliação”, disse.