Os pilotos do grid atual da Fórmula 1 discutem se vão realizar na abertura da temporada, neste domingo, um protesto coletivo contra o racismo. Os 20 participantes da principal categoria do automobilismo analisam se vão se ajoelhar em conjunto pouco antes do GP da Áustria para simbolizar apoio ao movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam, em português).
O combate ao preconceito ganhou força no mundo do esporte depois do assassinato do segurança americano George Floyd. Na Fórmula 1, o grande símbolo dessa pauta é o hexacampeão Lewis Hamilton. O piloto inglês da Mercedes chegou a participar de uma passeata em Londres e criou uma comissão própria de trabalho para desenvolver a inclusão de minorias no automobilismo. Dias atrás, a própria F-1 lançou um projeto para aumentar a diversidade na categoria.
Para o GP da Áustria, neste domingo, os pilotos pretendem lançar um gesto parecido. "Se nós formos fazer isso (ajoelhar), temos de fazer isso coletivamente. Nós faremos o que for possível para demonstrar carinho e respeito por todos. Faremos o que for preciso quando for a hora", comentou o piloto inglês Lando Norris, da McLaren.
Norris levará no carro a frase "Termine o racismo" e tem sido ativo nas redes sociais para que os seguidores assinem petições sobre a causa. "Não é justo que as pessoas sejam tratadas diferentes simplesmente por causa da raça. Nosso esporte atinge milhões de pessoas e há algo mais que a gente pode fazer como pilotos, equipes e comunidade da Fórmula 1, até pelo impacto que nós temos".
O compatriota dele, George Russell, da Williams, afirmou que a postura de Hamilton serve de inspiração. "Lewis tem sido muito forte nos seus pensamentos e palavras. Ele está absolutamente certo em fazer isso. Ele tem aberto nossos olhos para um grande problema do mundo e se é algo que não te afeta diretamente, você não necessariamente conhece as questões. É algo que devemos apoiar", afirmou.
Russell promete ser uma voz mais ativa no combate ao racismo. "A Fórmula 1 precisa ter mais diversidade. É um esporte dominado por brancos. Lewis despertou essa consciência e nós vamos não só apoiar a ele, como também ao movimento", comentou o piloto.