O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse nesta segunda-feira, 23, que o Hamas precisa ser responsabilizado pelos ataques a Israel. Apesar disso, Pimenta deu a entender que o futuro da organização extremista pode ser dentro da política palestina.
"O Hamas tem que ser responsabilizado pelo que ele fez. Mas nós já vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido", disse o ministro, referindo-se ao Sinn Féin, partido que já foi um braço político do grupo armado e no ano passado foi o primeiro colocado na eleição para a Assembleia de Belfast.
Pimenta também mencionou o principal herói da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, que viria a ser presidente do país. "Já vivemos situações em que o Nelson Mandela ficou 27 anos na cadeia acusado de terrorista e se tornou uma das maiores lideranças, um dos maiores estadistas do século 20. Como é que vai ser o futuro, o desdobramento, o papel do Hamas, se ele vai mudar, se vai mudar sua orientação, é o povo palestino que tem que fazer essa discussão", disse o ministro.
Pimenta também afirmou que "crime, terrorismo, crime contra inocente, isso não pode ser tolerado por ninguém". O ministro deu as declarações no programa <i>Roda Viva</i>, da TV Cultura.