Estadão

Pimenta: Não há qualquer possibilidade de vínculo entre fala de Lula e operação PF

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que não há qualquer relação entre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a operação da Polícia Federal contra facção que planejava assassinatos e sequestros de autoridades, dentre elas o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil-PR). De acordo com Pimenta, a manifestação do presidente, feita ontem durante entrevista à <i>TV 247</i>, "foi absolutamente natural, compreensível" diante do contexto.

"Quero cumprimentar a Polícia Federal pela operação. Isso é uma demonstração que temos uma Polícia Federal republicana, não mais aparelhada, a serviço de nenhum projeto político, partido político", disse Pimenta, em declaração à imprensa na tarde desta quarta-feira, 22, no Palácio do Planalto. Na avaliação dele, a investigação foi "executada com sucesso" impedindo a possibilidade de consumação de crime contra as autoridades.

O ministro destacou que a ação da PF demonstra a importância da despolitização das instituições de Estado como forma de garantir segurança jurídica no País.

Questionado sobre a relação entre a fala de Lula sobre Moro em entrevista ontem, Pimenta disse que "não há qualquer nexo, possibilidade de vínculo entre a manifestação de Lula e a operação realizada". "Muito pelo contrário, acho que a operação é uma demonstração dessa isenção", citando a despolitização das instituições.

"A manifestação do Lula foi onde ele relatou sentimento de injustiça e indignação, absolutamente natural, compreensível de alguém que ficou 580 dias detido numa solitária e depois teve todos os seus processos anulados", declarou. Para Pimenta, não se pode naturalizar a injustiça.

O ministro ressaltou que a fala de Lula deve ser compreendida pelo contexto. "Querer fazer vínculo é estratégia perversa", disse.

Como mostrou o <b>Estadão</b>, a PF deflagrou na manhã desta quarta-feira uma operação batizada de Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Até o momento, nove investigados foram presos. Moro era um dos alvos da facção, segundo investigadores.

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