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Pior cenário de transmissão do Aedes ainda está por vir, diz subsecretário

O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, afirmou nessa quinta, 28, que “o pior cenário de transmissão do mosquito Aedes aegypti ainda está por vir” e que o Estado do Rio está “no início da guerra” contra o inseto. O Estado já registrou 3.954 casos suspeitos de dengue dos dias 1º de janeiro a 25 de janeiro de 2016. Na semana passada, houve a primeira morte em decorrência da dengue, em Volta Redonda, no sul fluminense. De acordo com Chieppe, há risco de epidemia no Estado e os piores meses serão março, abril e maio.

“Temos um vírus que poderá aumentar sua circulação nos próximos meses e um grande número de pessoas suscetíveis que ainda não tiveram contato com o novo vírus da zika. Historicamente, esse período de aumento de temperatura e chuva faz com que tenham novos criadouros do mosquito. Estamos fazendo todos os esforços para evitar a epidemia, mas estamos diante de um mosquito muito bem adaptado, que apresenta dificuldades no seu controle em todo o mundo”, disse ele após evento do Ministério da Saúde na quadra da escola de samba Mangueira, sobre prevenção à aids.

Segundo o subsecretário, as áreas mais preocupantes são a região Noroeste, onde, nas cidades de Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna e Natividade foram registrados o maior número de casos. “Vamos reforçar o trabalho no local. Mas estamos no início da guerra contra o mosquito, que será muito difícil. Estamos trabalhando com o pior cenário, os números são preocupantes no Brasil todo, inclusive no Rio de Janeiro. Vamos dobrar a ação de agentes nas ruas, mas a população também tem que contribuir para a redução dos focos”, disse Chieppe, ressaltando que as gestantes devem tomar cuidados individuais por causa da microcefalia. “Estamos diante de uma emergência de saúde pública”, afirmou.

Presente ao evento, o secretário de Saúde do município do Rio, Daniel Soranz, declarou que na capital não haverá epidemia de dengue. Segundo ele, o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti tem caído com a conscientização da população. “Nossas equipes de vigilância têm constatado que os focos do mosquito da dengue encontrados em vistorias a domicílios têm diminuído”, disse.

O secretário justificou o aumento da quantidade de casos este ano ao fato de, segundo ele, 2015 ter sido atípico, com registros abaixo da média histórica de contaminação na cidade. De acordo com dados da secretaria, de 1º de janeiro até o último dia 18 foram registradas 283 pessoas com dengue no Rio. Durante todo o mês de janeiro do ano passado houve 165 registros.

Aids

Na solenidade, o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, disse que o Brasil registrou, no ano passado, recorde no número de pessoas em tratamento de HIV e aids. Em 2015, 81 mil brasileiros começaram a se tratar da doença, aumento de cerca de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram ao tratamento. Em seis anos, praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem o uso de antirretrovirais- medicamentos usados para impedir a multiplicação do vírus HIV no organismo.

Mesquita anunciou o início da campanha de prevenção ao HIV e à aids no carnaval, que começa no próximo dia 6. Entre as peças, estão a vinculação de filme um proporcional, jingle para veiculação em rádios e músicas para trios elétricos e carros de som. Os investimentos são de R$ 14 milhões, informou ele. Serão distribuídos 5 milhões de preservativos em blocos de carnaval em Recife, Olinda, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto.

Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes – média de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no Brasil, em 1980, até junho de 2015, forma registrados 798.366 casos da doença no País.

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