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Pisa: Escolas particulares brasileiras superam públicas

As notas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) apontam para uma grande diferença entre as redes pública (federal, estadual e municipal) e privada de ensino no País. As escolas particulares brasileiras ainda têm desempenho menor que a média de países ricos em Ciências e Matemática.

Em Ciências, a rede particular obteve 487 pontos (a dos países ricos foi de 493) – 93 pontos a mais do que a rede estadual e 158 na frente da municipal. As duas redes públicas não alcançaram nem mesmo o nível dois, considerado pela OCDE como o básico de proficiência que permite a aprendizagem e a participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas.

Em Matemática, as escolas particulares estão no nível 2 e tiveram média de 463 pontos (a da rede estadual é de 369 e da municipal, 311 – situando-as no nível 1A, quando os alunos não conseguem empregar algoritmos, fórmulas e procedimentos para resolver problemas com números inteiros) e ficaram 27 pontos abaixo da média dos países ricos.

Apenas em leitura a rede particular brasileira alcançou a mesma média dos países desenvolvidos – 493 pontos, alcançando o nível 3 de proficiência (na rede estadual foi de 402 e na municipal, de 325 – localizando-as no nível 1A, quando o aluno consegue apenas reconhecer o assunto principal em um texto).

Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a diferença de desempenho entre as escolas privadas e públicas é um reflexo da situação brasileira e ressalta que nem os alunos das escolas particulares estão recebendo uma formação adequada, uma vez que têm desempenho abaixo dos países que integram a OCDE. “A rede particular no Brasil: ela é realmente boa ou tem como vantagem receber um aluno com perfil mais homogêneo?”

Ainda de acordo com a avaliação, o desempenho da rede federal supera o da particular. Em leitura, as escolas federais tiveram 35 pontos a mais. Em Ciências, foram 30 pontos a mais e em Matemática, 25. “E nos mostram que o segredo é expandir esse modelo e não acreditar apenas que o que dá certo é a escola privada”, afirmou Cara.

Comparações.
A diferença por rede expõe o abismo de qualidade entre as escolas, tornando-as próximas do desempenho dos membros mais ricos da OCDE. A média de Ciências da rede federal, por exemplo, é próxima e semelhante às de Hong Kong (523), Nova Zelândia (513) e Austrália (510). Já a média da rede municipal na mesma área só se assemelha à da República Dominicana (332). No caso da rede estadual, a nota é semelhante à de Peru (397), Líbano e Tunísia.

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