O advogado Bruno Cristaldi, um dos responsáveis pela ação do PL que pede a cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União-PR), afirmou que a equipe jurídica do partido não tem nenhuma orientação sobre deixar de recorrer no caso, se o parlamentar for absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Questionado sobre a orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que o caso não vá para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instância superior onde cabe recurso, ele afirmou que "nunca chegou absolutamente nada nesse sentido".
Nesta segunda-feira, 8, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que seu pai pediu ao PL para não recorrer ao TSE se Moro for absolvido. Conforme mostrou a Coluna do Estadão, a avaliação é que o desgaste político de o PL estar associado ao PT no processo é mais danoso que as desavenças antigas com Moro. O TRE analisa, de forma conjunta, as ações apresentadas pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV.
Cristaldi disse ao <b>Estadão</b>, na tarde desta terça-feira, 9, que "o processo segue até o final", reafirmando a posição que ele e o advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, expuseram na última semana, de que as chances de não recorrerem da decisão, caso Moro seja absolvido, são praticamente nulas.
Procurado pelo <b>Estadão</b>, o deputado federal e presidente do PL no Paraná, Fernando Giacobo, não respondeu até a publicação deste texto.
O julgamento foi para sua quarta sessão nesta terça-feira, e o placar está em 3 a 2 para a absolvição. As duas equipes jurídicas disseram que não há dúvidas que o processo vai seguir até todos os recursos serem esgotados. Caso a Corte do Paraná decida por manter o mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato no Senado, os autos devem ser remetidos à Corte superior em maio, segundo estimativa do TRE.
Independentemente do resultado no TRE-PR, Moro seguirá no cargo como senador até uma definição do TSE.