O Palácio do Planalto decidiu entrar na eleição para presidente da Câmara com o objetivo de eleger o petista Arlindo Chinaglia (SP) contra o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Ministros com gabinete no Planalto, como Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), além de Jaques Wagner (Defesa) e Cid Gomes (Educação), vêm procurando parlamentares de todos os partidos para pedir votos em Chinaglia no dia 1º de fevereiro.
O argumento usado é de que é preciso fortalecer os partidos menores, criando blocos que no futuro possam se tornar legendas grandes. É o caso do PSD, que procura aglutinar uma série de siglas para se transformar no Partido Liberal (PL), cujo sonho é alcançar mais de 70 deputados favoráveis ao Planalto, ultrapassando em tamanho tanto o PMDB quanto o PT.
A estratégia do governo traçada para esta eleição repete o modelo de distribuição de cargos de primeiro escalão neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff: diminuir o poder do principal aliado, o PMDB, e pulverizá-lo entre os outros partidos da base, a exemplo do grupo dos ministros Gilberto Kassab (Cidades), do PSD, e Cid Gomes (Educação), do PROS.
Emendas e cargos. Os ministros têm dito aos deputados com os quais conversam que o País vai atravessar um ano difícil e que o melhor seria ter um aliado do Planalto na presidência da Câmara. Em todos os contatos é dito também que um Legislativo sem confrontos torna mais fácil até a liberação do dinheiro das emendas parlamentares, visto que será menor o risco de aprovação por parte da Câmara de projetos que possam comprometer o Orçamento futuro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.