As empresas estatais federais investiram até setembro apenas 37,4% dos R$ 91,5 bilhões programados para este ano, de acordo com o Boletim das Empresas Estatais referente ao terceiro trimestre de 2017. O documento foi divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Ministério do Planejamento.
“A Petrobras e a Eletrobras, que são as principais responsáveis pelos investimentos, estão em processo de reestruturação. Então era esperado que os investimentos caíssem. O fundamental agora é desalavancar essas empresas, ou seja, reduzir as suas dívidas”, avaliou o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Soares.
Ele mostrou que o endividamento das empresas estatais federais, que chegou a R$ 544 bilhões em 2015, caiu para R$ 437 bilhões em 2016 e estava em R$ 409 bilhões até setembro deste ano. “O endividamento já caiu em cerca de 25%, o que é positivo”, considerou Soares.
O secretário também destacou a melhora do resultado das companhias. Em 2015, as estatais federais tiveram um prejuízo de R$ 32,024 bilhões, que foi revertido em um lucro de R$ 4,597 bilhões no ano passado. E, até setembro deste ano, a lucratividade das maiores empresas federais (como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil e BNDES – que apresentam balanços trimestrais) já chegava a R$ 23,2 bilhões.
O boletim mostra ainda que o número de empregados nas estatais federais caiu de 533.188 para 506.852 entre o fim de 2016 e setembro deste ano. “Tivemos uma queda de mais de 26 mil empregados neste ano e voltamos para o patamar de 2011. Vamos acabar o ano com menos de 500.000 funcionários nessas empresas. Mas é importante lembrar que o nosso programa de desligamento (PDV) é voluntário”, acrescentou Soares.
Do orçamento de R$ 1,3 trilhão para as estatais em 2017, 73% foi executado nos nove primeiros meses do ano. No fim de setembro, havia 149 estatais federais, sendo 101 de controle indireto e 48 de controle direto. No terceiro trimestre deste ano, houve redução de uma estatal, com a saída da Indústria Carboquímica Catarinense (ICC) – que era uma subsidiária da Petrobras.
“Vamos reduzir ainda mais (o número de estatais) em 2018. A ideia é reduzir essa quantidade mais um pouco”, afirmou Soares, sem detalhar quais empresas serão desestatizadas. “O ajustamento do Estado passa pela redução do número de estatais. A ideia por exemplo, é que a Petrobras se mova para as áreas foco de exploração e refino, mas pensamos em fazer reduções de subsidiárias de outras empresas”, completou.