O gerente-executivo de Gestão Integrada de Transição Energética da Petrobras, Cristiano Levone, disse nesta quinta-feira, 21 que a Petrobras planeja adicionar 5 gigawatts (GW) de capacidade de geração de energia renovável em seu portfólio até 2028. Hoje, disse Levone, a empresa pode gerar até 5 GW advindos de termelétricas. A ideia, portanto, é usar fontes limpas para dobrar essa capacidade.
A maior parte dessa nova energia a ser gerada pela Petrobras, disse Levone, virá de novas usinas eólicas onshore e fotovoltaicas a serem compradas e desenvolvidas pela estatal nos próximos anos.
"Há interesse em projetos greenfield ou brownfield, mas com potencial de crescimento", disse Levone.
Segundo o executivo, a Petrobras avalia "dezenas" de projetos de geração eólica onshore para investir em conjunto com outras empresas naturais do setor. "Não está nos planos ir para fora do Brasil (em renováveis) no momento. O foco é no Brasil e em parcerias, porque é um mercado com regulação e isso (parcerias) eliminaria barreiras de entrada", continuou.
As declarações vêm na linha do que já disse o diretor de transição energética e sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.
Levone falou durante o seminário "Transição Energética e Investimento da Infraestrutura", organizado pela Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE) na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A busca da Petrobras por ativos de geração renovável, portanto, tende a privilegiar
estruturas já prontas, com entrega imediata de energia, mas que integrem uma carteira de projetos ainda em construção ou a serem colocados de pé.
Ele não revelou quais negócios a Petrobras avalia no momento. Mas há uma série de memorandos de entendimento para parcerias futuras, caso do assinado no ano passado com a francesa TotalEnergies, atual sócia da Casa dos Ventos em uma joint venture de geração eólica.
<b>Outras fontes</b>
No futuro, a ideia é que outras fontes, em especial eólica offshore e hidrogênio verde, entrem para reforçar a capacidade de geração da Petrobras. Sobre eólica offshore, Levone disse não existir "barreiras de entrada" para a Petrobras, que já atua em alto mar, mas lembrou que a ausência de regulação no País é um limitador de momento.
Segundo ele, a ideia é "entrar daqui a 10, 15 anos, ou até menos" nesse negócio, mas estar preparado para isso o quanto antes.
Para tanto, a Petrobras prepara projetos pilotos que ainda não tem prazo de execução, mas devem ser instalados no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.