Plano prevê alta de 43% na capacidade instalada, para 251 GW em 2029

A capacidade instalada de geração de energia elétrica deve crescer 43% entre 2019 e 2029, passando de 176 GW para 251 GW. A projeção consta na versão final do Plano Decenal de Energia (PDE) 2029, divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em evento realizado na sede do ministério, em Brasília.

De acordo com o PDE 2029, a geração centralizada deve crescer 37% no período, de 161 GW para 221 GW. A autoprodução deve expandir 41%, de 13,2 GW para 18,6 GW. Já a geração distribuída deve apresentar alta de 776,9%, de 1,3 GW para 11 GW.

No período em questão, a participação da energia solar deve passar dos atuais 2% para 8% e a fonte eólica, de 9% para 16%. A geração hidrelétrica de grande porte, por sua vez, deve cair de 58% para 42%. Apesar do aumento da contribuição de eólicas e solares, a participação das fontes renováveis na matriz elétrica vai cair de 83% para 80% no período. Além da menor presença das hidrelétricas, contribui para este resultado a expectativa de expansão das usinas a gás natural, que devem passar de 7% para 14% de 2019 a 2029.

Segundo o MME, o Brasil continuará com uma oferta de geração elétrica predominantemente renovável, composto por hidrelétricas (de grande e pequeno porte), eólicas, solares e usinas a biomassa. "Além desses importantes recursos, a expansão de referência indica também a complementação termelétrica a gás natural e carvão, que será fundamental para garantir a segurança do suprimento", informou o MME, no documento, sinalizando a crescente importância do gás na matriz energética brasileira.

O PDE 2029 prevê uma redução expressiva da capacidade instalada de térmicas movidas a óleo combustível e diesel. Essas fontes devem cair de 4,7 GW, em 2019, para 0,4 GW, em 2029. A capacidade dos projetos a carvão também deve ser reduzida de 2,7 GW para 2,1 GW. Essas fontes deverão ser substituídas por térmicas a gás natural, cuja potência deve saltar de 12,9 GW para 36,2 GW no período.

"O PDE 2029 busca evidenciar a necessidade de modernização do parque termelétrico em operação. Esse incremento de oferta faz com que a participação termelétrica na capacidade instalada varie de 14% em 2019 para 18% em 2029", disse o MME.

O material, por sua vez, não fala da expansão da usina nuclear, fonte defendida pelo ministro de MME, Bento Albuquerque. No período, a capacidade instalada da energia nuclear deve passar de 2 GW para 3,4 GW, em referência à usina Angra 3 – provavelmente nenhum outro projeto entrou no PDE 2029 porque o período de construção de uma térmica nuclear supera os 10 anos, pela complexidade de um empreendimento deste porte.

<b>Transmissão de energia</b>

Os estudos do PDE 2029 também apontam para um crescimento de 32% na extensão do sistema de transmissão de energia elétrica, passando de 154,41 mil quilômetros (km), em 2019, para 203,41 mil km, em 2029. A capacidade de transformação das subestações também deve aumentar 41% no período em questão, de 396 mil MVA para 557 mil MVA.

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