Diz a lei de mercado que, quanto maior a oferta de um determinado produto, a tendência natural é que ocorra uma queda nos preços. Entretanto, isso não ocorre em Guarulhos em relação aos imóveis. Conforme reportagem publicada na última edição do HOJE, a cidade deve ganhar, desde 2009 até o próximo ano, nada menos do que 20 mil novos imóveis residenciais, a maioria formada por apartamentos construídos por grandes construtoras. São empreendimentos residenciais que surgem nos mais diversos pontos da cidade, desde a região central até bairros da periferia. É o tal do boom imobiliário, já abordado aqui diversas vezes que traz efeitos positivos mas também negativos para o município.
Conforme apontam os especialistas, a migração de empreendimentos de médio e alto padrão de São Paulo para Guarulhos se dá exatamente pela falta de áreas na capital para a expansão. Neste sentido, graças a posição geográfica e oferta em abundância de terrenos, Guarulhos passou a receber esses empreendimentos. Junto com eles, milhares de novos moradores e também de próprios guarulhenses que se mudam para esses imóveis, deixando suas casas e apartamentos de origem para locação e vendas.
Este movimento faz com que a oferta se amplie, o que – em tese – justificaria a queda natural de preços. Mas, diferente disto, percebe-se pelos quatro cantos de Guarulhos uma grande valorização imobiliária. Apartamentos que até pouco tempo valiam cerca de R$ 50 mil não são comercializados hoje por menos de R$ 150 mil. Há sim um pouco de especulação nesse movimento, mas – acima de tudo – revela que havia uma demanda reprimida na cidade por novas habitações .
Espera-se que o poder público municipal acompanhe esse fenômeno e passe a investir de forma bastante rápida em infraestrutura urbana. Há o risco iminente de Guarulhos não suportar esse rápido avanço, penalizando não só os novos moradores mas a população como um todo.