Todo lançamento é sempre a mesma coisa. Rosane Svartman conta que vem a ansiedade, o friozinho na barriga. Pode ser novela – Totalmente Demais – ou filme – Como Ser Solteiro, Tainá, A Origem. Como autora, roteirista e diretora, ela quer sempre chegar ao coração do público.
Mas, desta vez, é especial. Pluft, o Fantasminha! A peça de Maria Clara Machado virou obra de referência do teatro e da literatura infantis brasileira. Rosane iniciou o projeto bem antes da pandemia. Teve uma ideia que parecia maluca. Fazer o filme em 3-D, debaixo dágua. Como?
Sofia Coppola teve a mesma ideia em Hollywood, quando foi sondada para transformar a animação A Pequena Sereia em live-action. Foi dissuadida pelos executivos do estúdio – seria impossível, arriscado. No Brasil, e apoiada por sua parceira na Raccord, a produtora Clélia Bessa, Rosane conseguiu. Está curiosa para saber como o filme dela vai repercutir na Disney.
A questão dos efeitos é essencial em Pluft. Afinal, ele é um fantasminha. Vive com a mãe e o tio dorminhoco na casa em ruínas do avô pirata, na beira da praia. "A história é de iniciação, de passagem. Pluft tem medo dos humanos, mas a chegada de Maribel muda a vida dele. Respeito à diferença, amizade, afeto. É uma história muito bonita e, principalmente, necessária nesse mundo em que predominam os discursos de ódio."
O filme deveria ter estreado há dois anos, nas férias de julho de 2020, mas a pandemia de covid-19 fechou tudo, decretou o isolamento. "Fiz o filme pensando na tela grande do cinema, cheio de efeitos, para que a criançada pudesse mergulhar no universo fantástico e maravilhoso de Maria Clara (Machado). Não só elas. Os adultos que as levam ao cinema. O filme talvez perdesse sua mágica na tela pequena, no streaming. Só tenho de agradecer à Downtown, à Paris Filmes, que compreenderam isso e me apoiaram, segurando o filme." Pluft, finalmente, estreia nesta quinta, 21.
<b>GRANDE ELENCO</b>
Atores conhecidos, e queridos do público estão no elenco – Fabíula Nascimento, Juliano Cazarré. Os estreantes Cleber Salgado (que veio dos musicais) e Lola Belli interpretam o fantasminha e Maribel, respectivamente. Artur Aguiar é um dos amigos de Maribel. Ainda nem sonhava com o BBB.
Muita gente ainda está reticente quanto a ir aos cinemas. Embora as salas obedeçam aos protocolos de segurança, parte do público teme o contágio. Criou-se o mito de que só os jovens vão ao cinema, e para ver as produções da Marvel. Não é verdade. O Festival de Cannes organizou, em maio, um seminário para discutir a questão da frequência na pandemia, que ainda não terminou. Mundialmente, os adultos – cinéfilos? – vão mais que os jovens. Peguem suas crianças, e vão. Usando máscara, claro.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>