A Polícia Militar (PM) usou bombas de gás e de efeito moral para dispersar uma multidão que se aglomerava nas imediações da Praça Franklin Roosevelt, na região central de São Paulo, no final da noite desta terça-feira, 28. No local, foliões de diversos blocos estavam reunidos, além de outras pessoas que tinham ido a praça, que concentra a movimentação durante este carnaval. A PM afirma que atendeu chamado de “perturbação de sossego” e que policiais foram recebidos a garrafadas no local. Ninguém foi detido.
O jornalista Eduardo Nasi, de 40 anos, que é vizinho da praça, testemunhou o ato. “O que efetivamente vi: bombas. Ouvi várias, em torno de dez, e mais flashes de bombas que pareciam estar na Augusta ou Martins Fontes”, disse à reportagem já na madrugada desta quarta-feira, 1º. “Não tinha som alto nem nada incomum na hora. Só gente conversando. Como tem neste momento”, completou.
Em seu perfil oficial no Twitter, o ex-ministro da Saúde da gestão Lula e ex-secretário municipal de Saúde da gestão Fernando Haddad (PT), Alexandre Padilha, endossou as reclamações contra a ação. “Absurdo! Uso de bombas para dispersar pessoas na Praça Roosevelt agora. Em plena a terça-feira de carnaval. Da minha casa, ouvi pelo menos dez explosões”, postou.
Outros relatos tinham conteúdo similar e imagens gravadas por vizinhos da praça mostram o momento em que policiais atiram as bombas e uma multidão corre no local.
De acordo com a PM, a ação aconteceu após moradores acionarem a corporação. “Ao chegar na Praça Franklin Roosevelt, na Bela Vista, pessoas que obstruíam a via passaram a jogar garrafas contra os policiais, que precisaram conter os agressores”, diz. Ainda de acordo com a polícia, duas viaturas foram danificadas.