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PM do Rio troca comando sem conseguir modernizar a tropa

Um ano após tomar posse com um discurso de modernização da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Alberto Pinheiro Neto entregou neste domingo, 3, o comando da corporação sem conseguir efetivar as principais medidas que propôs, como o projeto de controle do uso da força e criação da carreira única, que permitiria um soldado chegar a coronel. No seu lugar, assumiu o coronel Edison Duarte dos Santos Júnior.

“Muitos especialistas depositaram confiança nesta equipe que estava no comando. Acho decepcionante que eles saiam sem implementar o projeto de uso controlado da força, que estava em cima da mesa deles há meses. A polícia do Rio é a que mais mata e mais morre no Brasil”, criticou a socióloga e pesquisadora Julita Lemgruber, ex-diretora-geral do sistema penitenciário do Estado do Rio de Janeiro.

Julita Lemgruber argumenta que o projeto reunia o que há de mais moderno utilizado pelas melhores polícias do mundo. “Certamente houve resistências internas a essas mudanças. Na Assembleia Legislativa foram feitos vários discursos contrários às modificações”, afirmou.

Pinheiro Neto entrega o cargo com tiroteios diários entre policiais e bandidos, inclusive em áreas de Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs). Apenas nos quatro primeiros dias do ano, cinco policiais foram baleados no Estado.

O novo comandante, o coronel Edison Duarte dos Santos Júnior, vinha chefiando a Coordenadoria Especial de Assuntos Olímpicos. O oficial chefiará a corporação no ano dos Jogos Olímpicos do Rio com a experiência de ter coordenado, entre 2009 e 2013, a preparação da PM para atuar na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude, que teve a presença do papa Bento 16 – ambos eventos em 2013.

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