PM proíbe material provocativo em clássico mineiro; Atlético-MG acionará o MP

O clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, neste sábado, no estádio do Mineirão, pela oitava rodada do Estadual, já está cheio de polêmica antes mesmo de a bola rolar. Nesta terça-feira, representantes dos dois clubes, da Polícia Militar e da Federação Mineira de Futebol (FMF) se reuniram para acertar detalhes do duelo e uma decisão da PM, que consta na ata do encontro, chamou a atenção. Ela vetou a entrada de materiais provocativos na partida.

O jogo deste sábado é o único garantido entre os rivais neste ano e terá mando do Atlético-MG. Por isso, da carga de 60 mil ingressos, a torcida do Cruzeiro terá direito a somente 10% (seis mil). Para evitar ânimos mais exaltados, a PM ordenou que não permitirá o acesso de torcedores alvinegros com qualquer material com a "letra B", que seria alusão ao rebaixamento do rival. Além disso, está proibido que as torcidas entoem cânticos e vídeos provocativos no sistema de áudio no Mineirão.

Essa será a primeira vez, desde a reinauguração em fevereiro de 2013, que o Atlético-MG mandará um clássico contra o Cruzeiro no estádio. Com os dois clubes em campanha ruim no Estadual (o alvinegro é o quinto, com 12 pontos, e o celeste está em quarto, com 14), o duelo corre o risco de ser o único encontro em 2020, uma vez que, se algum dos dois ficar fora das fases finais do Mineiro, não haverá outro confronto, já que os times estão em divisões diferentes no Campeonato Brasileiro e o Atlético-MG já foi eliminado da Copa do Brasil.

Diante desta determinação da PM, a direção alvinegra se mostrou contra, afirmando que não é função do poder público cercear manifestação da torcida. Assim, o clube promete reverter a decisão via Ministério Público. O vice-presidente Lásaro Cândido Cunha confirmou a informação em uma mensagem nas redes sociais.

"A PM proibiu o torcedor do ATLÉTICO de portar no jogo de sábado qq artefato q tenha a imagem da letra B. Trata-se de proibição ilegal. O ATLÉTICO vai oficiar p q o Ministério Público tome as medidas legais urgentes p impedir essa censura absurda…", escreveu o dirigente no Twitter.

Do outro lado, o superintendente administrativo do Cruzeiro, Benecy Queiroz, se mostrou favorável à determinação da Polícia Militar. "Acho que é uma questão de segurança e como a PM é responsável por isso, ela determinou isso. E temos que parabenizar a ação da PM, para que todos que irão ao estádio, ver um grande espetáculo, tenham segurança", disse.

Já a PM, por meio do major Felipe, orientou os torcedores a tomarem outras medidas antes do clássico. Ele preferiu não aprofundar sobre a questão dos "artefatos proibidos". "Esses materiais (provocativos) foram citados na Ata da Federação. Quem tiver interesse pode acessar no site da FMF. A recomendação da Polícia Militar é que o torcedor vá tranquilo para o estádio e evite o uso excessivo de bebida alcoólica. Chegue mais cedo ao estádio, evite trocar ofensas com outros torcedores", comentou.

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