O PMDB já tem maioria para fechar questão a favor da reforma da Previdência na Câmara e vai tomar essa posição nos próximos dias. Com a estratégia, o governo pretende atrair aliados de outros partidos, que resistem a apoiar as mudanças na aposentadoria. Até agora, 50 dos 64 deputados da bancada peemedebista já subscreveram um abaixo-assinado a favor desse enquadramento, que prevê punição para os desobedientes.
O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), disse que vai entregar até quinta-feira o abaixo-assinado ao presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), também líder do governo no Senado. “É um pedido para o fechamento de questão”, afirmou Baleia.
O termo é utilizado, no jargão político, quando um partido adota posição única sobre como cada parlamentar deve votar. Quem desrespeita a ordem corre o risco de punição.
A tendência é que a reunião da Executiva Nacional do PMDB feche questão a favor da reforma da Previdência na próxima semana. Articuladores políticos do governo tentam agora convencer os aliados indecisos ou mesmo contrários para que votem pelo menos a favor do texto principal da reforma, negociando destaques à proposta em outra etapa.
O Planalto espera que, com o PMDB puxando a fila, outros partidos fechem questão na Previdência. O problema é que muitas bancadas estão rachadas. Na prática, há deputados que temem não se reeleger, em 2018, se aprovarem a mexida nas aposentadorias.
“Nós não temos expectativa de discutir fechamento de questão antes do PMDB, que é o partido do governo e tem de dar o exemplo, nem antes da votação da reforma trabalhista no Senado”, disse o líder do DEM, Efraim Filho (PB).
As bancadas do PSDB, do PP e do PRB também estão divididas. Para piorar, o PSB fechou questão contra as reformas trabalhista e da Previdência. Quem desobedeceu a ordem na votação da lei trabalhista já está perdendo cargos na máquina do partido nos Estados.
Indecisão
O Placar da Previdência, elaborado pelo Grupo Estado, aponta que PMDB e PSDB lideram a lista dos deputados que preferiram não abrir o voto sobre a reforma, sendo responsáveis por um terço dos 202 deputados que não anunciaram posicionamento sobre a PEC.
Para ser aprovada, a reforma da Previdência necessita de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, já que se trata de uma proposta de emenda à Constituição. “Eu defendo que o Congresso só entre em recesso depois de aprovar essa reforma”, afirmou Jucá.
As férias dos parlamentares começam em meados de julho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.