Economia

PMI da indústria no Brasil cai para 46,0 em abril, aponta pesquisa Markit/HSBC

O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil caiu para 46,0 em abril, de 46,2 em março, segundo pesquisa da Markit/HSBC. É o menor nível desde setembro de 2011. Segundo o comunicado à imprensa, o dado foi consequência de reduções nos volumes de produção, novos negócios e compras que se aceleraram ao longo do mês. É o terceiro mês que o resultado vem abaixo de 50, o que indica contração da atividade.

“A economia industrial brasileira parece estar mergulhando numa recessão, de acordo com dados mais recentes do PMI. A queda da demanda doméstica e externa levou a novas reduções no nível de produção em abril, enquanto que o enfraquecimento do real estimulou a aceleração da inflação de custo de insumos, elevando o preço de matérias-primas importadas”, escreve a economista da Markit Pollyanna De Lima. Segundo a economista, as expectativas de uma recuperação no segundo trimestre se tornaram mais duvidosas. “O índice de empregos destaca novamente a extensão dos problemas que, no momento, afetam o setor industrial e a economia brasileira como um todo, com a taxa de cortes de empregos entre as mais fortes em quatro anos”, diz Pollyanna, em nota.

As entradas de novos pedidos diminuíram pelo terceiro mês consecutivo em abril e pelo ritmo mais rápido desde setembro de 2011. Os motivos foram “condições econômicas difíceis, taxas fortes de inflação e uma demanda mais fraca”. Os novos pedidos para exportação também caíram em abril, após a estabilidade observada em março.

Em abril, também foram relatadas perdas de emprego pelo segundo mês consecutivo, como reflexo de políticas de redução de custos e quedas no volume de novos negócios. Os novos aumentos observados em custos de insumos, pressionados pela inflação nas tarifas de água e eletricidade, assim como nos preços de algumas matérias-primas importadas e de produtos semiacabados, foram repassados aos clientes sob a forma de preços mais elevados de vendas. “Os preços cobrados aumentaram por um ritmo robusto; o mais forte em um ano e meio”, escrevem os analistas da Markit e do HSBC.

Em média, os fabricantes mantiveram uma abordagem cautelosa em relação aos custos em abril, reduzindo a atividade e priorizando o desinvestimento em produtos armazenados. “Os estoques de matérias-primas e de produtos pré-fabricados, assim como os de produtos finais, foram reduzidos pelo quarto mês consecutivo”, diz o relatório.

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