O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil subiu para 49,1, vindo de 48,5 em novembro, segundo pesquisa do HSBC/Markit divulgada nesta terça-feira, 6. Apesar da alta, o indicador continua evidenciando uma desaceleração. Qualquer resultado abaixo do patamar de 50 indica retração, de acordo com a metodologia.
Desempenho semelhante foi observado no PMI composto. O chamado Índice Consolidado de dados de Produção HSBC, que inclui também o indicador industrial divulgado na sexta-feira , 2, também subiu, passando de 48,1 em novembro para 49,2 em dezembro. Segundo comunicado à imprensa, os dois resultados vieram consistentes com a tendência de desaceleração identificada nos últimos meses e indicam uma “contração modesta” da atividade.
Na nota à imprensa, o economista-chefe do HSBC Brasil, André Loes, escreve que o resultado indica “que a atividade econômica no setor de serviços se contraiu no mês assado num ritmo menos intenso do que em novembro, quando o índice fechou em 48,5”. “O que chama a nossa atenção, no entanto, é que as empresas reportaram pressão inflacionária intensa, com os preços de serviços finais subindo no ritmo mais elevado da série enquanto que os custos subiram no ritmo mais forte desde 2008. O movimento não parece consistente com os sinais de fraqueza da economia.”
Os motivos para esse resultado abaixo de 50 são variados. “As evidências vincularam as reduções na atividade a fatores tais como as condições econômicas frágeis, o escândalo da Petrobras e o término de contratos”, diz o comunicado à imprensa. Segundo a pesquisa, a atividade caiu em quatro dos seis subsetores monitorados. As exceções foram os subsetores de Hotéis e Restaurantes e Transporte e Armazenamento.
Novos pedidos
O relatório também mostra que, num contraste com a redução na atividade de negócios, o volume de novos pedidos recebidos pelos prestadores brasileiros de serviços cresceu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, ainda que de forma moderada. O resultado foi semelhante ao registrado no PMI industrial, levando a um crescimento moderado no setor privado como um todo.
De acordo com os entrevistados, o aumento mais recente do volume de novos negócios como o principal fator por trás do crescimento do nível de empregos em dezembro. Foi a primeira vez, desde julho do ano passado, que o total de funcionários cresce. O mesmo comportamento foi observado no setor industrial. “Por causa disso, o número de funcionários no setor privado como um todo se expandiu pela primeira vez”, diz a nota do HSBC/ Markit.
Apesar dos dados ainda passearem pelo campo contracionista, a pesquisa mostrou que o otimismo em relação aos negócios na economia brasileira de serviços melhorou em dezembro, atingindo o ponto mais forte desde junho do ano passado. “Vários entrevistados da pesquisa citaram a expectativa de obtenção de novos clientes, novas políticas governamentais e as perspectivas de um ano sem eleições ou Copa do Mundo como principais fontes de otimismo.”