O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil subiu para 45,3 pontos em setembro, de 42,7 pontos em agosto, segundo dados da provedora Markit. Com isso, o PMI composto, que leva em conta também o setor industrial, avançou para 46,1 pontos, de 44,4 pontos. Leituras abaixo de 50 pontos indicam contração de atividade.
Segundo a Markit, o principal motivo da queda no PMI de serviços foi a forte redução em novas encomendas. De acordo com os gerentes ouvidos pela pesquisa, o alto nível de desemprego continua prejudicando a demanda.
A queda nas novas encomendas ocorreu mesmo com uma redução na inflação ao consumidor, que caiu pelo sexto mês seguido. Os preços ao produtor, no entanto, continuaram subindo, com os entrevistados citando o aumento no custo dos insumos.
Mesmo com a contínua queda, os gerentes de compra do setor de serviços seguem esperançosos de que as coisas vão melhorar. O nível de otimismo para os próximos 12 meses subiu para o patamar mais alto em quase três anos.
A economista da Markit Pollyana de Lima afirma que há sinais de estabilização no setor de serviços, mas que em função do nível elevado de desemprego e a situação ainda frágil da economia como um todo, é improvável um aumento forte na demanda no curto prazo, especialmente sem a aprovação de reformas estruturais. “O limitado espaço para as empresas repassarem preços ao consumidor também é uma fonte de preocupação. As empresas do setor de serviços reduziram seus preços pelo sexto mês seguido, apesar do forte aumento nos custos. Essa tendência insustentável deve terminar em breve, já que as companhias tentarão proteger suas margens de lucro”, afirma.