O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil avançou de 46,6 em junho para 47,8 em julho. Apesar da alta na margem, é a nona leitura seguida que o indicador fica abaixo do nível de 50 pontos, o que indica retração para a atividade.
De acordo com a S&P Global, as empresas indicaram nesta leitura que as condições econômicas difíceis e demanda desfavorável dos clientes reduziram os pedidos às fábricas durante o mês.
"O enfraquecimento prolongado da demanda, que restringiu os pedidos a fábricas e a produção nos últimos meses, indica uma contribuição menor do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023 e no terceiro trimestre até o momento", destaca a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, em nota.
A diretora também salientou que, em relação ao mercado de trabalho, a pesquisa mostrou que o modo retraído em que o setor industrial se encontra significou menos oportunidades e menores perspectivas de emprego.
De acordo com a S&P, a contínua redução na demanda por novos negócios levou as empresas do setor a reavaliar suas necessidades de estoques. Houve, por outro lado, queda nos custos dos insumos, na esteira da demanda fraca por matérias-primas e da maior disponibilidade dos fornecedores.
O cenário, segundo Lima, deveria levar a uma aceleração no processo de corte de juros por parte do Banco Central. "Considerando o estado do setor industrial, uma queda recorde nos custos dos insumos já registrada pela pesquisa e a redução mais acentuada nos preços de bens finais desde 2009, o BC poderia acelerar sua decisão de cortar as taxas de juros. Reduções na taxa de referência poderiam estimular gastos de famílias e investimentos de empresas, beneficiando a economia e potencialmente tirando a indústria da sua crise atual", afirma.